Wieringerwaard

Com a Janny e o Arie é impossível estar parado. Seja na cabeça, seja a mexer o corpo.

O Arie tinha o seu trabalho e saiu cedo, sem tempo para o vermos de manhã. Tem a sua própria empresa no ramo das estufas e o que faz é receber propostas de máquinas que possam automatizar a produção e inventá-las! É um verdadeiro inventor!
Nós que ficámos com a Janny, fomos questionados sobre o que queríamos fazer. Não tínhamos planos, não costumamos ter! Vamos sempre para os sítios abertos ao que vier, sem preferências!
A Janny despejou uma lista de possibilidades que pareciam todas boas, mas com muita indecisão escolhemos visitar o local onde faz voluntariado, primeiro.
Já lá estava uma família, com miúdos! Todos molhados, porque num entusiasmo pouco controlado quase que saltam para dentro dos aquários para ver e tocar nos peixes. Espreitamos aos microscópios e a Janny chama-nos para outra aventura.


Lá fora um armário cheio de sapatilhas, que trocamos pelos nossos sapatos. Vamos explorar o fundo do mar. Subimos o dique e do outro lado pássaros e todo um ecossistema a explorar. Os interesses são muitos, divergem e convergem. Ecologistas, pescadores, militares, ...., e quem mais quiser opinar sobre o assunto.
As aves migratórias , fazem uma paragem aqui para conseguirem percorrer a longa travessia até sul, África, por exemplo. Só isto já é suficiente para manter esta pequena maravilha biológica a salvo! Por isso, no fim todos se entendem.
A Janny explica-nos tudo com muito detalhe, como o explica às crianças, aos adolescentes, às sobrinhas, adaptando às idades e interesses de cada grupo que tem, enquanto vamos andando pelo lodo. O cheiro, o que vemos, ajudam como ponto de partida. E no fim já estão todos convertidos, mas consegue-se ainda mais se terminarmos com a frase tremenda de que "estamos a pisar o fundo do mar"! Para quem trabalha no centro é uma forma de dar a conhecer e interessar quem vem sobre a riqueza biológica que têm à porta de casa sem saber!


A base militar é muito perto e de vez em quando um helicóptero passa sobre nós.
 
Almoçámos num restaurante, com vista, numa cidade porto. A conversa fluiu tão rápida que era demais tanta informação. Filosofia, educação, ciências, a Janny não pára, a muito mais velocidade que nós, está sempre atenta e pronta a deixar questões para pensar. É o que quer fazer os seus alunos, fazê-los pensar, quando lhes ensina ciências, e não só!
Quando olhamos para o relógio, já são cinco da tarde. Nem demos pelo tempo passar de tão envolvidos que estávamos. Damos uma voltinha pela cidade e regressamos. Fazemos uma paragem no supermercado antes.

 A Janny começa a preparar o jantar e o Arie chega. Os dois juntos são uma fusão de muita acção. Sempre metidos em projectos, voluntariado, viagens, e agora, com uma estação de caminho de ferros para acabar de converter na sua casa!
Um jantar que já cheirava bem, e que soube melhor. Poderia muito bem ser um nosso jantar em Portugal!


Daí até ao final da noite foi risota e conversa. Estávamos todos ligados a muita energia. Da nossa parte só sentíamos que queríamos ficar amigos deles, para sempre. Eles já tinham viajado por todo o lado. Sozinhos, com outras pessoas, os dois, na Europa, na Ásia, e na América. Sem blogue, sem fotos, mas com muitas histórias deliciosas para contar. Tudo o que eles contavam era como se o sentíssemos também. Estávamos em sintonia. Devia ser das antenas que a Janny espeta quando procura boas energias!!

Foi uma barrigada das grandes de conversa e partilha. Tivemos que nos obrigar a ir dormir, porque ninguém conseguia parar de falar. Eles falavam um inglês perfeito, o que só ajudava!
Fantástico!


...há um ano atrás: Fátima - Bairrada

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