Cherbourg

Após tanta chuva na ilha inglesa, parece que apanhámos um dia atípico na Normandia. Não chove!

A Noémie e a Astrid, são duas apaixonadas da palavra impressa. Conheceram-se no local de trabalho (algo tipo Fnac) e entenderam-se logo, a ponto de partilharem uma casa as duas, em menos de um mês. A casa, está repleta de livros. De comics e de mangas. Em inglês e em francês, por todo o lado, livros, com uma preferência especial pelo género de fantasia. E graças ao seu trabalho, as editoras enviam sempre alguns livros extra para as vendedoras (elas), para que possam conhecer melhor o produto que vendem. O que quer dizer... mais livros!

Nós sentimos que estamos em casa. Tudo nos soa familiar e nos faz sentir completamente â vontade. Desde os croissants ao pequeno-almoço, à retrete numa divisão e o resto do W.C., noutra, o apéritif.
A Noémie foi trabalhar bastante cedo e nós passámos a manhã com a Astrid e o Biblo. Este têm a vivacidade e curiosidade de um gato pré-adolescente. Fez-nos lembrar o Zenzero de Ostuni...


Cozinhámos para as elas e assim que a Astrid entrou ao serviço, a Noémie saiu. Assim, pudemos ir passear com ela à tarde, pela costa da Normandia.

Vacas felpudas às manchas castanhas. São daqui, desta tgrra. Colinas verdes escuras, com sebes altas a esquadrinhá-las. Penhascos ameaçadores, aguentam as vontades do Canal da Mancha. Fomos atrás da Noémie, por trilhos e caminhos, parando frequentemente para encher a barriga de amoras silvestres. Ela pôs os nossos músculos da caminhada a funcionar e levou-nos ao alto de um penhasco, para ver as impressionantes vistas. É bonita esta Normandia!
Contou-nos do caminho de oitenta quilómetros pela encosta, que era utilizado antigamente, em tempos mais difíceis, de guerras e por aí, para tráfico de bens. Agora! Bem agora, dão-lhe outro uso. Pode ser como nós, para visitar, há quem o percorra em troços, ou então os malucos que o fazem de ponta a ponta numa corrida que é chamada dos malucos.


Continuamos o passeio. Passando por estradas secundárias, começamos de novo com aquela sensação de estar em casa, assim que vimos as primeiras placas a assinalar as localidades. Parámos o carro e podemos ver algo de diferente. Não o maior, o mais belo ou o mais impressionante. Não. O que a Noémie nos mostrou, vale muito mais do que isso. É aqui, que o porto mais pequeno de França está.


Demos mais umas caminhadas pelas encostas, sempre aos altos e baixos e sempre de boca aberta com as vistas.

De caminho para casa, passámos pelo supermercado e visitámos o sítio onde as nossas anfitriãs trabalham. Aproveitei para dar uns suspiros de saudades, ao olhar para os mapas detalhados de estradas Francesas e lembrar-me do nossa mapa super-completo que ficou numa das pontas da Sicília, em Pachino. Quem poderia adivinhar que voltaríamos tão cedo a este país?

Com mais uma sessão culinária na cozinha delas, uns aperitivos antes de comer, uma amiga que veio compor a mesa e o francês a encher as conversas, acabámos o longo dia de descanso.

Amanhã voltamos à estrada para , recomeçar a aventura francesa. Desde o Norte até ao Sul.


...há um ano atrás: Quirima

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