Den Haag

Ficámos sozinhos de manhã. A Vera foi prá luta, o Oz tinha planos de manhã e a tarde reservada para nós.
Tivemos tempo para um acordar mais lento, e algum tempo na Internet.

O Oz chegou de bicla, disposto a pedalar para todo o lado.
Primeiro mostrou-nos o caminho a seguir no dia da nossa partida. Foi a primeira vez que alguém se preocupou com tanta antecedência em indicar-nos a saída da cidade!


Dali fomos direitos à praia. A brisa, o mar... souberam a chocolate depois de meses sem ver uma praia! O Oz não parava de falar e explicar-nos tudo. A sensação que tínhamos ao lado dele é que ele era um tipo porreiro, às direitas! Pelo maneira de falar mostrava conhecimento e interesse na cidade onde vivia. Apesar disto, o seu coração pertencia à Turquia. Explicou-nos o que ninguém no país nos explicou. O partido que ganhou as eleições é conservador, o que significa alterações na permissão para fazer muita coisa no país. Parece que ninguém está contente!

Dali, foi-nos mostrar a linha ao longo da praia. Monumentos, casas dos pescadores, o farol. Acabámos numa roulote junto aos armazéns do peixe. A comer peixinho! Arenque cru, com cebola picada como manda a boa tradição, e peixe frito. Um pequena maravilha!


Continuámos a tour pela cidade! Jardins secretos, o palácio onde trabalha a rainha, a exposição de esculturas chinesas!
A Vera saiu do trabalho e juntou-se a nós! Fomos logo ver o Panorama Mesdag que ela tanto gostava e queria mostrar-nos. Ali todas as voltas matinais fizeram sentido. O Oz já sabia que o dia ia acabar ali no museu a ver o panorama e então levou-nos a ver tudo o que se via na pintura! Hendrik Willem Mesdag, com a mulher e alguns ajudantes fizeram esta enorme pintura, que tem fama da maior pintura da Holanda. Foi feita no século dezanove, e ainda continua no sítio original, entretanto já foi restaurada.


A sensação de olhar a toda a volta é como se estivessemos de facto no topo de um sítio mais alto e vissemos tudo à nossa volta. É isso que se pretende com um panorama. É uma pintura circular, e não se vêem os limites da pintura, tecidos no topo, e areia mais em baixo ajudam a criar a ilusão de que é real. Do tecto, a luz do exterior entra através de janelas escondidas e reflectem o tempo que faz lá fora na rua. A distância da tela é pensada para que não se distingam pinceladas e ajude a criar a ilusaõ. Como a Vera diz, podemos ficar ali perdidos no tempo só a olhar...
Quando saímos, espreitámos por umas janelinhas estratégicas que nos deixam ver o fundo da pintura e aí, vemos o quão enormes são as imagens! Pagámos mas valeu a pena!

Fomos beber uma cerveja no centro da cidade e deixámos as babes num parque de estacionamento para bicicletas com guarda. Tivemos direito a uns tickets e tudo.


Dali fomos para casa, e comemos comida turca, com iogurte. A Vera pensa como eu, e o iogurte era de soja por isso também comi. Até me vieram as lágrimas aos olhos. Desde a Grécia, desde sei lá desde quando que montes de comidas levam acompanhamento de iogurte, queijo, creme, e pela primeira vez alguém fez de maneira a que eu também pudesse comer!

O fim do dia foi calmo e com videos, música e conversas calmas. Um retorno à calma, chamemos-lhe assim em linguagem pedagógica! Fiz uma foto dos copos a pensar nas minhas amigas educadoras. O sapo é holandês!



...há um ano atrás: Tomar, Bairrada e arredores

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