Le Petit Pressigny – Jouhet

Ouvi umas folhas a serem pisadas lá fora. Acordei e fiquei à escuta. A Ana acordou também, mas fiz-lhe sinal para não se mexer... Acordei outra vez. Estava a sonhar que estava a acampar junto ao lago. Mas o sonho era real. Tirando os passos. Não se ouviu nada durante a noite. Não choveu e uma brisa manteve a tenda seca e arejada.

Enquanto comíamos o muesli, o fiscal veio ver quem éramos e averiguar se acabáramos de chegar ou se estávamos prontos para partir. Não havia problema nenhum em termos passado ali a noite. Cada vez gostamos mais desta França do campo.


Sob um céu que parecia querer descarregar a qualquer momento, pedalámos até entrar num vila que avisava na placa ser uma das mais bonitas de França. Por acaso também foi aquela que escolhemos no mapa como poiso onde almoçar. Fomos até ao pátio da marie, cozinhámos e escrevemos um pouco (enquanto o outro dormitava de barriga cheia). A seguir, fomos passear pela vila. Parece que tudo aqui é bonito. Parece que todos se esforçam por ter flores e canteiros arranjados, que tudo tenha personalidade e que seja característico da terra.


Sem pressas, pois parece que as nuvens estão secas, continuámos durante a tarde, por entre as quintas e as colinas, que aos poucos vão ficando mais altas e frequentes. O rio da vila florida, criou escarpas e desfiladeiros. Pequenos, mas estão lá. A geologia vai ficando mais interessante e variada, à medida que saímos do Vale do Loire.

Fomos até outra marie, pedir autorização para encher os cantis nas suas torneiras. Saímos de lá com as direcções do campo de futebol, onde podíamos montar a tenda e passar a noite. É mesmo fixe pedalar neste país. Vive la France!


Metemos o estandarte no alpendre dos balneários, mas pelos vistos ia haver treino. Mudámos as coisas de sítio, e jantámos a ver as bolas a rolar e a dar mais umas goladas no vinho espirituoso que o Sebastian nos ofereceu.

Mais um dia, mais uma pedalada. Aos poucos ficamos mais perto do nosso sul. Aos poucos, ainda muito pouco, os Pirinéus vão entrando nas nossas mentes. Mas com calma. Ainda falta muito até lá chegar, e não é como se nunca os tivéssemos atravessado.


...há um ano atrás: Quirima

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