Tours

As diferenças vão-se esbatendo aos poucos, e nós,  retornamos ao nosso estado e hábito português. Com o Damien e a Elodie, os pequenos-almoços assemelham-se cada vez mais ao despertar nacional. Pão/torradas, doces e manteiga, café com/e leite. Será que comemos mesmo aquelas batatas cozidas, salada de tomate e pepino e frango assado na Ucrânia? Ou o kavalti vasto na Turquia?


Estamos em Tours. Em conversas com o André e a Catarina (Saint Albans), já antecipávamos castelos e fortalezas por todo o lado. Mas nada como o que vimos. França está mesmo preparada para os turistas, e aposta forte no turismo medieval. Nós tivemos sorte, pois no fim-de-semana que aqui passámos todos os museus e atracções medievais eram gratuitos e havia uma vasta oferta de performances e artes de rua. Com tanta coisa para ver, a dificuldade era em escolher. Vivam as jornadas do património!

No sábado, o dia mais cinzento, ficámos pelo centro da cidade. Os quatro fomos dar uma volta, por entre as ruelas do centro histórico, visitámos o mercado, passámos por uma normal feira de antiguidades e uma exposição. Quando a chuva caía, abrigávamo-nos na catedral, ou debaixo da lona do restaurante chinês onde almoçámos. De vez em quando, descobríamos uma familiar concha no chão, não por ser o Caminho de Santiago. Aqui é o caminho de São Martinho. É aqui que jazem  as suas ossadas.


Sem grande pressas, o passeio durou todo o dia. As ruas estavam cheias de gente, e à tarde conseguimos riscar da lista o museu das belas artes e uma casa de arte contemporânea.

No domingo, fomos piquenicar junto aos castelos. Visitámos dois. São às dezenas por aqui, por isso se os quisermos ver a todos temos que voltar. O primeiro, embora lhe chamassem de castelo, mais parecia um daqueles palácios que vimos na Polónia e Alemanha, onde também teimavam em chamar-lhe castelos. Onde estão os muros de pedra e as estruturas defensivas? Onde estão os fossos? Um lago espelhado que embeleza o que já é belo, não nos pareceu uma medida defensiva adequada.


Com uma visita guiada muito bem organizada e planeada, foi possível apreciar o seu interior e exterior. Sumptuosas salas dos convidados, quartos para os reis e toilette com buracos até às profundezas!
Um passeio domingueiro pela vila, para abrir o apetite e lá fomos estender o pano indiano que eles trouxeram da sua viagem. De bicicleta fazemos piquenique, mas com amigos destes, junto ao rio e com um castelo a dominar as vistas de Chinon, não é todos os dias.


Voltámos a atacar as ruelas da vila e a carregar sobre o castelo. Este já tinha muralhas!
Com uma visita interactiva e tecnologia a misturar-se com o antigo, parece que somos transportados para a época. Pelos vistos, o castelo de Chinon, foi um local importante para a história de França. Até a Joana D'Arc por aqui fez história.
Sempre na conversa, e um pouco na galhofa, trabalhámos os músculos das pernas a subir e a descer escadas, a visitar masmorras e torres, a descobrir pequenos cantos e recantos do castelo e a aproveitar o sol domingueiro.

Já em casa, a conversa à mesa, os vinhos da região, os queijos no fim da refeição, os aperitivos ao início, a música, as histórias orientais da Elodie e do Damien... Estamos em Tours e eles são os nossos amigos daqui.




...há um ano atrás: Quirima

1 comentário:

Nuno Vieira disse...

Que fortaleza inexpugnável! Tem um lindíssimo e plácido lago que a defende de todos os malfeitores! Talvez se percam no reflexo das suas aguas, nunca se sabe se Narciso teria intenções de a invadir...
P.s.: A Normandia em todo o seu esplendor. Magnifico! É um trajecto que à muito ambiciono fazer de moto. Estou com inveja... Pensando melhor, talvez seja cólera...