Ijmuiden – Den Haag

Tivemos que sair da tenda umas três vezes para enxotar a rapozinha. De manhã, as evidências mostravam que tinha trepado a minha bicicleta e dormido em cima do meu saco da comida. Esperta! Tinha tudo cheio de areia.

Arrumámos as coisas e o dono do restaurante veio ter connosco. Falámos e quando voltou de casa trazia um tabuleiro com cafés. Tirou-nos uma foto para mostrar à filha e nós ofecemos-lhe um postal, que já estava escrito, na eventualidade de ninguém aparecer antes de zarparmos.


Saímos das dunas e rumamos para sair da cidade.
Começou a chover! E continuou! Tanta chuva o dia todo. Sem parar. Fizemos o que tínhamos de fazer até Den Haag, sem interrupções. Só um mini snack numa paragem de autocarro, a meter água! E continuação de períodos de chuva forte, e vento pela tarde fora.


Antes de Den Haag, tivemos mais um pouco de chuva, para condizer!
Den Haag! Uau. Tanta gente! Tanta confusão! Éramos só mais uns no meio da multidão. Todas as nacionalidades. Algumas mais fáceis de identificar outras não, mas que estava tudo misturado, estava! Do que restava nas nossas memórias de ver o mapa, tínhamos que sair dali. Estávamos um pouco desorientados, mas a ideia de seguir o eléctrico doze veio-nos à memória. A partir daí foi um pedaço de bolo, como se costuma dizer!

A caminho da casa dela era lojas indianas, irianas, turcas, vietnamitas, palestinianas, ...
Chegámos a casa da Vera. Ela já tinha voltado das compras e abriu-nos a porta quando ouviu vozes cá fora. Um sorriso enorme! foi ela que nos enviou uma mensagem a convidar-nos para ficar na sua casa. Vai a Tavira em Novembro, fazer uma acção de formação em meditação e viu o nosso perfil. Ficou com o bicho atrás da orelha e escreveu-nos! Cá estamos nós, a surfar, pela primeira a convite do nosso anfitrião!
A partir daí foi como se tivesse encontrado a minha versão holandesa. Tinha alergia ao leite. Frigorífico cheio de coisas de soja, arroz, e aveia! Montes de historinhas com médicos, e stresses tal como eu. Cada coisa que dizia ou fazia, eu também fazia, ou pensava assim. Começava a fazer mil coisas ao mesmo tempo. Distraída! trabalhava numa creche! Incrível!

O Ozgur chegou e saiu. Foi buscar a carne para o churrasco! Nós ficámos a bebericar chá com a Vera, tomar um banho e pôr-nos mais confortáveis. Depois de tanta chuva sabia bem, estar dentro de casa quentinhos!


O Ozgur regressou e começou a churrascada. Era turco! Depois da Turquia, foi tão bom recordar!
O casal amigo estavam a poucos metros dali, à espera que os chamássemos para comer. Ele era iraniano, ela holandesa. Só assim, numa noite tínhamos quatro nacionalidades à mesa, a comer costoletas de porco e borrego grelhadas. A Vera disse-nos que havia noventa e oito nacionalidades diferentes a viver em Den Haag.
Foi assim a noitada com dedos lambuzados da gordura da carne. Risos, sorrisos e sono.


...ha um ano atrás: Tomar, Bairrada e arredores

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