Fátima - Bairrada

Com os turnos de guerra do nosso anfitrião a acabarem às sete da manhã, quando o Nuno chegou para o descanso dos justos, nós acordámos para mais um dia num sítio diferente. Ainda se pensou em passear por Fátima, mas a seguir ao pequeno-almoço uns foram voltaram para o saco-cama e outros foram navegar em frente ao ecrã de 10'.
Ninguém falava no assunto porque ambos pensávamos no mesmo. De Fátima até Tomar é sempre a descer e é uma curta viagem. Por isso a soneca da manhã prolongou-se até às duas da tarde, altura em que o senhor da casa acordou. Conversas de comidas, blogues, fogões de campismo ultra-leves, mapas, ideias e sugestões levaram ao arranque mais tardio da história dos Nomadiclas. Cinco da tarde quando saímos da garagem e sentimos a já descendente luz do sol.
A moleza do dia, também não ajudava mas pelo menos até Ourém foi de facto, sempre a descer. Mas de Ourém a Tomar, vou-vos contar: não foi a descer! Duas subidas longas, com sol, suor e moscas, aliadas a uma pouca vitalidade no pedaleio fizeram desta viagem, uma das mais difíceis mentalmente! Parecia que nunca mais acabava. Nem as vistas do Castelo de Ourém e do Convento de Cristo serviram para animar a malta.
Ao chegar a Tomar, parámos no supermercado para orientar a papa dos próximos dias e quando chegámos a casa, eram quase oito e meia!
Mas se pensávamos que os trabalhos e surpresas do dia já tinham acabado, estávamos muito enganados. Ao chegar a casa, a pensar já em banhos quentes e refeições calmas com um filmezito a acompanhar, eis que um simpático curto circuito impôs uma escuridão e um resto de noite aos pontapés com as esquinas, jantares à luz de lanternas e fósforos, banhos sem ver o surro e transporte de congelados a descongelar para a vizinha casa dos avós. Tudo sob um calor escaldante e abafado que só uma casa fechada durante dias de verão pode proporcionar.
Ás vezes, nem tudo corre como se espera e uma viagem só se torna numa aventura quando algo corre mal.

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