Nazaré – Fátima

Amanhecemos mais uma vez no parque de Campismo de Vale de Paraíso. Conseguimos iniciar a pedalada mais cedo, que o habitual, 8h30m! Aos poucos vamos conseguindo reduzir o tempo de arrumação.
O caminho por estradas secundárias parecia saído de contos de encantar. Bosque e mais bosque, e nós ali no meio, dos pinheiros, do cheiro e da frescura da manhã. Continuando sempre por estradas secundárias, com pouco trânsito, parámos numa estação de serviço à moda antiga para um pequeno reforço da manhã e verificar a rota no mapa. Mais a frente, uma outra estação de serviço, e parecendo um pouco mais moderna, depressa reparámos que o cartaz anunciava uma promoção em escudos! E não era tudo! Logo ali ao lado, um grupo de "antigos prisioneiros" de 4 rodas, aguardavam por alguém que os levasse dali. Ou melhor dizendo que eles levassem alguém. É claro, que anotámos o número de telefone do dono, para o enviar a certas pessoas...
Ao longe, já se começavam a avistar as protuberâncias da Serra de Aire.
Até Porto de Mós foi sempre a descer! Chegámos bem-dispostos e com muito apetite. No posto de turismo uma simpática senhora indicou-nos um restaurante bom e barato! Desconfiámos ao início, pela subjectividade do assunto, mas resolvemos experimentar. Sempre a subir, com sol e com o coração na boca, do esforço, chegámos ao moinho de S. Miguel com os bofes de fora e todos encharcados em suor.Enquanto esperámos que a sopa chegasse, ficámos a descobrir que o nome desta vila remonta a tempos antigos, na época dos romanos, quando ainda se navegava pelo rio Lena, e nele se transportavam em jangadas as pedras das mós dos moinhos. Portus de Molis. Já o famoso Castelo de Porto de Mós, depois de D. Afonso Henriques o ter conquistado aos mouros, mandou que o alterassem,sendo o resultado um invulgar castelo de feições palacianas e telhado verde! As extravagâncias do Afonso!! Nomeou então para primeiro alcaide o lendário D. Fuas Roupinho.
De volta à mesa, chegou a sopeira. Sopa de feijão, carapaus, com batatas e salada, umas 3 imperiais, e manga e bolo de requeijão para a sobremesa. Mais as entradas e a pastilha, ficou tudo em 14 euros. Toma lá, que é para aprenderes a confiar. Quando dizem que é barato é porque é! A decoração era pitoresca, e o que gostámos mais foram os interruptores de cerâmica que rodavam. Tasca de S.Miguel.
Pança cheia, subimos mais um pouco e estendemos a mantinha para dormir a folga até estar menos calor. Enchemos os cantis na fonte e preparámo-nos mentalmente para subir a serra.
Pelo que diziam as curvas de nível do mapa era só chegar até ao ponto mais alto e depois era só descer. E assim foi. Muito devagar, com uma vista brutal para onde quer que olhássemos, fomos subindo e parando, subindo e parando. Depois foi sempre a descer até Fátima.
Chegámos a entrar no recinto do santuário e vimos outros tantos peregrinos a destilar com o calor, e o exagero comércio religioso, que é tanto que já se torna ridículo.
O Nuno encontrou-nos ao pé da Casa de Benfica e daí fomos até sua casa. Com as bicicletas na garagem, subimos ao 2º andar e entrámos na porta N, de Nuno.
Pousámos as malas para logo a seguir sair para as compras. Fruta, pão e jantar. O Nuno ficou connosco mais um pouco e depois de ter feito a bucha lá foi ele entrar ao trabalho às 8 da noite. Nós por ali ficámos, entre o dvd de Giant Leap, arroz e gaspacho, uns banhos, internet e uma visita do Nuno para café, lá fomos enroscando o corpo no saco-cama para descansar.

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