Assanha da Paz - Bairrada

Tal como adormecemos, ao som das pesadas gotas assim acordámos. Esperámos que a intensidade destas diminuísse e logo a seguir, começámos a arrumar tudo de novo, com movimentos ligeiros e sempre de pano na mão para tentar tirar a maior parte da água das coisas. Sempre com chuva a incentivar a rapidez, empacotámos tudo num ápice. Assim que ficámos prontos a partir, deixou de chover! Enfim...
Uns com chanatas e outros de Fivefingers, não se poderia dizer que os nossos pés estivessem preparados para um dia de chuva, mas à falta de melhor, teve que ser. Agora com o sol a espreitar, voltámos ao pedal por uns meros instantes até ao pequeno-almoço num jardim de Pombal. Não nos demorámos, pois o dia e os montes ainda eram longos e as nuvens ainda tinham mais que despejar.
Rapidamente chegámos à mesma estrada de à uns dias atrás e depois de uma paragem para a meia de leite em Albergaria dos Doze, uns quilómetros mais adiante e estávamos de novo na estação de comboio de Caxarias, prontos não para cozinhar, mas para ser servidos. Os nativos que tão bem nos receberam na semana passada, deram-nos as boas vindas e despreocuparam-nos avisando logo que ali ninguém iria tocar nas biclas, para podermos almoçar descansados. Era uma da tarde, quando acabámos o almoço num restaurante com uma fonte interior, e quisemos aproveitar o rápido avançar do dia para voltar à estrada e evitar assim uma molha mais tardia.
Ora chuviscava, ora fazia sol, ora vinha um aguaceiro que nos obrigava a parar e a procurar refúgio. Fosse como fosse, em menos nada estávamos em Tomar e a fazer compras no Modelo para o nosso jantar, que desta vez não seria às escuras.
Já em casa, ainda houve tempo para estender tudo o que estivesse encharcado, limpar o sujo e a lama e deixar as biclas prontas para um descanso de duas semanas, enquanto um de nós vai orientar uns tostões a Angola...
Em vinte dias de pedal, já deixámos para trás 984 km...

 

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