Lau - Forte da Casa

Ufa...
Ainda conseguimos dizer adeus à Ana, quando atrasadíssima acordou na primeiras horas da madrugada e em cinco minutos se vestiu, lavou, correu, conduziu e saltou para o comboio com as portas já a fechar! Voltamos a adormecer.
Mais tarde, pouco a pouco a casa foi ganhando vida, com os acordares do Nuno, do ensonado e silencioso Duarte e do bem disposto já a rir Diogo.
O pensamento de que hoje iríamos chegar à nossa casa no Forte da Casa, deixou-nos amolecer e adiar a partida para partilhar com eles a sua rotina familiar matinal de comer, vestir e a seguir alimentar os cavalos. Já passavam das dez, quando de Lau saímos.
Pacatas estradas secundárias até ao Pinhal Novo, e lentamente os subúrbios de Lisboa se começaram a fazer sentir. Trânsito, prédios, barulho e poluição. Tudo a aumentar com o pedalar!
A promessa de casa no fim do dia, fez com que pedalássemos por vias rápidas de asfalto quente e calor abrasador, já para lá da hora dos raios UV de dor. No cimento do Barreiro, o escaldão disciplinadamente evitado no Algarve e Alentejo, fazia-se sentir.
Para não continuar com a loucura de chegar a casa mais cedo, refugiámo-nos num shopping abandonado para almoçar e descansar, onde apenas o Sítio do Costume se mantinha à tona.
Logo ao lado, o terminal fluvial... Embarcámos no ferry e com ajuda de um tripulante, ajeitámos as volumosas biclas numa espécie de casa de máquinas, para não estorvar o resto dos passageiros. Viagem calma de ferry antes do reboliço da marginal entre Terreiro do Paço e o Parque das Nações. Sempre na faixa do bus, sob sol escaldante e ao lado de carros em brasa, lá fizemos o percurso num estado de espírito zen, de forma a não nos deixarmos afectar pela rápidas rasantes dos mastodônticos autocarros e camiões.
Já no Parque das Nações, o cansaço caiu sobre nós com o excesso de estímulos do dia e dos constantes sentidos em alerta.
Uma hora de Nacional 10 mais tarde e a tão prometida casa e descanso semanal, finalmente chegaram.
Ufa...

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