Torres Vedras – Casais do Baleal

Mais uma vez,o despertador a tocar meia hora antes de nos levantarmos. Arrumar tudo de volta nos alforges, ir buscar as bicicletas e conseguimos sair ao mesmo tempo que a Ana. Tendo em conta a hora de entrada da Ana,  foi mais a ela que conseguiu sair ao mesmo tempo que nós.
Como o pêssego que comi, era pouco para os quilómetros a pedalar, lá fomos à Tropicália trincar mais qualquer coisita. Nas bombas da Repsol parámos, novamente, para encher os cantis e pôr protector. Mais meia dúzia de metros e, parámos no Intermarché para encher os cantis (não conseguimos encher lá atrás). Contas feitas à nossa vida e, eram onze da tarde (gíria Nomadicla para: era tarde como o raio e, a esta altura, devíamos era estar a parar!!)
Lá começámos a subir, com as mudanças leves postas, o corpo oleado e a querer transpirar por entre tanto creme, com um calor, só suportável graças ao vento ameno que soprava e às vezes empurrava em sentido contrário ao movimento. Comemos um lanche na paragem de autocarro, e prosseguimos viagem, esperando parar apenas à chegada a casa de familiares, onde nos aguardaria um almoço reconfortante de avó.
Mais subidas, a bem dizer, nada de especial, a não ser o comprimento delas, que se extendia por longos tapetes de alcatrão sem fim, ladeadas de terra lavrada e com um aroma duvidável a adubo/estrume. Que fique escrito, que por terras do Oeste, os cheiros já estiveram muito melhores. Os tempos já não são como antigamente e os cheiros vão pelo mesmo caminho.
Um carro passa e apita, mais um que ou tenta avisar-nos que aí vem ele ou alguém que nos cumprimenta pelo que fazemos. Mas não,... esperem... não é um carro qualquer, é o Sérgio, que vendo o tempo a passar e sem ciclistas à vista, resolveu ir em busca destes dois Nomadiclas. Lá nos encontrou a meio da subida e abraçou, de sorriso muito contente, pelo tempo que passou sem nos pôr os olhos em cima. A moral das tropas foi reforçada e parece que era tudo mais leve. Faz de conta...
Ainda não tínhamos chegado à meta esperada e já estávamos de novo, sentados ao sol, numa cabine de entrada para uma fábrica de rações, a descansar da mais longa subida do dia, inclinação muito ténue, mas longa como tudo.. Ficámos surpreendidos pela positiva por um camionista que ia a entrar e, que antes de o fazer, perguntou ao Alexandre se estava bem e queria água. Seguiu caminho o camionista, mas ficará na nossas memórias, até outros momentos lhe tomarem lugar, este gesto solidário de um gigante das estradas com bom coração. Esperemos que compense todos os outros que passam, a voar baixinho, muito juntinho a nós e, nos fazem tremer com as bicicletas. Pelo menos por uns tempos!
Foram só mais uns quilómetrozinhos até chegar a casa. Descarregámos as malas, arrumámos as bicicletas, olás e beijos para todos e fomos almoçar. Eram duas horas da tarde!

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