Atouguia da Baleia – Nazaré

Não estaríamos no Oeste se os amanheceres não fossem cinzentos, com os céus à ameaçarem chuvas.
Saímos do Baleal para ir ter com as biclas a casa dos avós na Atouguia da Baleia. De caminho, em Ferrel, numa padaria da terra, orientou-se aquele que seria nos dias vindouros, o melhor alimento da estrada. Bom, barato e enche a barriga! Lá em casa chamamos bolo seco, mas acho que o nome é ferradura ou bolo das noivas. Acabadinho de fazer, ainda queimava os gulosos incautos.
De biclas prontas na garagem do avô e a pança cheia de adeuses, voltámos à estrada rumo à Nazaré.
Pelo caminho parámos em Óbidos para tirar umas fotos à bonita localidade medieval. Mas os dias de descanso, não ajudaram a lembrar que as pilhas da máquina estavam descarregadas! Resultado, andávamos a carregar uma série de pilhas vazias e um pedaço de tecnologia de plástico inútil. Na bicicleta, são as pequenas coisas que se acumulam aqui e ali, que fazem o peso que as nossas pernitas carregam.
Nas Caldas da Rainha, começámos a procurar um bom spot para a paparoca, e depois de diálogos com os nativos, encontrámo-lo debaixo de uns jovens pinheiros, num imaculado campo de relva bem cuidada, mesmo no meio de três hipermercados! Foi como almoçar junto à dispensa. Até a máquina fotográfica teve direito a almoço de pilhas Minipreço. Durante o almoço ao vasculhar a relva, começámos a ver que esta estava minada, não de cocós, mas de pinhões que serviram de sobremesa. Obrigado Natureza!
De volta à estrada e fora das nacionais de camiões, entrámos num mar de floresta e verde, antes de chegar à baía de São Martinho do Porto onde um mar de sombrinhas e toalhas sobrelotava a pouca areia disponível.
Ao avistar Nazaré, a subida imponente para chegar ao parque de campismo do Vale Paraíso assustou e fez-nos mentalizar para um último esforço antes do descanso. Já no centro da cidade, de mudanças mais baixas engatadas, iniciámos a labuta pelo meio da hora de ponta da zona. Sempre a subir e sempre a bombear, lá enredámos por uns bairros sociais para fugir ao trânsito e umas pedaladas mais tarde, estacionámos as biclas, montámos a casa, tomamos um banho refrescante e fomos socializar com a família da Cecília, André e Margarida a Alcobaça.
A mãe da Cecília, a mãe Matilde, recebeu-nos da mesma forma que recebeu a filha. Como família. No meio de muita converseta e brincadeiras com a Margarida, ainda deu para uma sobremesa de fruta com chocolate, olhares incrédulos e duvidosos sobre a nossa viagem, uns abraços e adeuses e promessas de até breve.
Foi um bom dia...

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