Coimbrão - Costa de Lavos

Parece que não aprendemos... Uma e outra vez, deixamo-nos levar pela ideia de que o dia vai ser de poucos quilómetros e por isso saímos mais tarde. Eram dez e meia quando dissemos adeus ao camping do Coimbrão e apontámos para a região de Lavos. Terra de nascença das nossas biclas e casa do seu criador, Júlio.
Se os dias anteriores nos presentearam com casas dispersas num mar de verde, hoje atravessámos o Pacífico. Casas, nem vê-las!
Até à bonita Lagoa da Ervedeira, ainda avistámos uma ou outra e ainda passámos pela aldeia da Ervedeira, mas depois disso... Népia de nada. Mas mesmo nada!
Ao sair da Lagoa, entrámos numa estrada onde apenas os corvos a usavam. Ainda não sabíamos, mas estávamos a estrear a futura Estrada do Atlântico. O alcatrão estava mais que fresco e os pinheiros junto à estrada, acabadinhos de plantar. Até uma ciclovia, corria paralela à estrada, mas com uma via rápida só para nós, deixámos a ciclovia para outro dia.
Sempre para norte até à bifurcação que nos levaria para Lavos. Aqui acabou-se o alcatrão fresco e plano e começaram os constantes buracos e remendos toscos de anos e anos de eleições da região.
O passeio estava a ser muito bonito. Estrada nova só para nós, no meio de uma natureza imaculada, tudo ao som das cantorias de uma e dos fones do outro. Tudo muito bonito, mas o tempo estava a passar e a hora do almoço a aproximar-se assim como o implacável sol do meio dia.
Quanto mais para norte, pior ficavam as estradas e mais tempo nos demorámos nelas. Até que a estrada acabou, nuns portões de uma gigantesca fábrica no seio de Gaia, que nos obrigou a voltar para trás e escolher novo caminho em direcção a uma IC.
Os erros do Barreiro, não foram escutados e de novo, com fome e com calor, pedalávamos por uma via rápida cheia de trânsito na pior hora do dia. Para completar o cenário, o nosso ponto de almoço, Intermarché, fechou à hora do almoço! Desenrascámo-nos com umas sandes de chourição e aproveitámos para descansar um pouco até este abrir.
Mais compostos da tareia de fome da manhã, fomos montar a tenda para o mesmo spot de à um ano atrás. Lá enfiámos as biclas pelo meio do mato até ao velho poiso, mas uma vez lá, o calor da tarde e as imensas formigas levaram-nos a esquecer o descanso e a voltar para a estrada à procura de um novo local.
Na Costa de Lavos, encontrámos a praia bem servida com chuveiros e balneários públicos que fizemos questão de experimentar, após uma refrescante mergulhaça no mar do norte.
Jantar num concorrido, mas simpático parque de merendas, e tenda montada à luz das lanternas, completaram o resto do dia que acabou ao som de pinhas a cair à nossa volta.

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