Comporta - Lau

O dia começou com os humores em baixo...
Em pouco tempo alcançámos o porto de Tróia e mais parecia que o barco estava à nossa espera para partir. Barco novo, de tinta verde alface brilhante, cheio de placas, espalhadas por todo o lado a indicar nomes, funções, medidas, impecavelmente, limpo. A lotação automóvel nem um terço do barco fazia e, muitos dos passageiros foram para o terraço superior apreciar o dia de sol e a brisa, antes de chegar ao outro lado.
Assim que chegámos a Setúbal procurámos um jardim para repousar e mais tarde almoçar. Mas não almoçámos sozinhos, jardineiros a dormir a sesta e um grupo de idosos de Torres Vedras veio fazer-nos companhia e até tivemos direito a umas canções numa gaita de beiços. Já que os quilómetros até casa dos Durães eram tão poucos, por ali ficámos até serem quase quatro da tarde. A essa hora o calor ainda era esmagador e mal conseguíamos inspirar de tão húmido e pesado que estava o ar. Assim que começámos, fizemos logo a primeira paragem num viveiro/estufa de plantas. Poucos metros à frente molhámos a roupa e na curva depois de subida um sumo congelado refrescou-nos as ideias antes de começarmos a descer. Visto agora, o caminho é pequeno e faz-se bem, mas o calor que se fazia sentir era desmotivador. Quase sempre em recta, vira-se à esquerda e lá ao fundo à direita lá está o portão, que não estava da última vez.
Nem um nem outro tínhamos saldo para dar o toque combinado para anunciar a nossa chegada e após buzinadelas e cantarolices, Alex o leão, resolveu saltar o muro e aventurar-se. Por entre a erva rasteira, foi avançando, sabendo que mais cedo ou mais tarde elas iriam aparecer.. as feras guardadas na memória, de tempos que já lá vão, apareceram,... diante do Alexandre. Três cães danados. O Alexandre minguou por dentro, os seus dias iriam terminar assim? Agachou-se e articulou sílabas do que pensava ser o nome de um dos cães, eles avançaram para ele e...com a cauda a abanar cheiraram-no e correu tudo bem! A Ana surgiu então ao telemóvel, o portão abriu-se, um carro chegou, e mais outro atrás. O da frente trazia dois gaiatos, e o pai, o Nuno. Já em casa, entre risadas ainda nervosas do Alexandre, lá se descomplicou a história dos cães, que eram todos novos por ali e afinal eram umas feras mansas.
A piscina, mesmo ali à beira, era rodeada pelo Duarte e pelo Diogo, ora para um lado, ora para outro... Um, dois e três.. macacos dentro de água, mais uns mergulhos para aqui, uns pirolitos para ali, papões e xixis ao vento e fomos preparar o jantar. Comemos na rua, uns grelhados e uma sopa aconchegantes, acompanhados pela Carla que veio juntar-se à festa. As fotos da praxe, os banhos tomados, as conversas que queriam ser continuadas, as despedidas que queriam ser adiadas e.... Boa noite, durmam bem!

Sem comentários: