Vila Nova de Mil Fontes - Lagoa de Santo André

Depois de uma noite sem dormir no maldito Camping, arrumámos as nossas tralhas rapidamente, enquanto os últimos habitantes da noite chegavam às suas tendas. Nem o pequeno-almoço tomámos nos subúrbios campistas! ...algo que acabou por correr bem, pois conseguimos despachar-nos muito mais rapidamente do que se comêssemos primeiro e arrumássemos depois.
Em Porto Covo, a desilusão de mais uma vila litoral alentejana, estragada pelo excesso de turistas consumistas e negócios chupistas das suas poupanças anuais. Antes de sair, enquanto enchíamos os cantis, experimentámos uma nova estratégia contra o calor. Ensopar ao máximo em água as t-shirts. Muito bom! Durante pouco mais de meia hora, mais parecia que tínhamos ligado o ar condicionado nos nossos veículos de duas rodas!
A fazer um bom ritmo a caminho do almoço em Sines, o impensável aconteceu. Os impenetráveis Schwalbe Marathon XR cederam e o pneu traseiro da bicla da Ana ficou vazio. Um furo às 12:20, numa via rápida à chegada de Sines, sem nada na zona onde parar para o momento de oficina. Saímos das burras e caminhámos até encontrar uma banca de estrada a vender melões, melancias e afins. Ao mudar o pneu, limpar o líquido das câmaras de ar de gel, que quando furam conseguem deixar tudo pegajoso e pestilento, o culpado revelou-se: um prego que penetrou nos inquebráveis XR. Contra um prego, não existe tecnologia que resista. Mas à males que vêm por bem. Dez minutos depois do furo, sentámo-nos num tronco a comer kilo e meio de melancia, com oferta de umas talhadas de melão, pela senhora da banca. Obrigado senhora! Nas ruas abafadas e desertas de Sines, procurámos um restaurante ainda aberto onde abastecer.
Um sesta mais tarde, voltámos às burras e procurámos indicações para deslindar o caminho para Santo André, através das vias rápidas. Que seca! Mas pelo menos voltámos a fazer uns bons quilómetros.
Uma vez lá, e depois de abastecer os alforges no Minipreço, rumámos em direcção à Lagoa, onde por uns caminhos aldrabados, conseguimos penetrar até um poiso de praia junto ao pântano, onde a vizinhança não passava de insectos zumbidores e cães com complexo de pequenez.
O fim de tarde deu lugar à noite banhada de estrelas e o adormecer dos justos, fez-se de barriga cheia de noodles aquecidos no nosso fogão a lenha...

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