Forte da Casa - Vendas Novas

É o principio do fim da viagem, ou o início de mais uma? É a questão que não me sai da cabeça, ao acordar e ter a consciência, que hoje, é dia de bicicleta!


Do Forte da Casa para a frente, temos o vasto Alentejo para atravessar. A maior região de Portugal e um pedaço do Algarve até Tavira. Quase trezentos e cinquenta quilómetros ou o equivalente a quatro ou cinco dias de pedal. É o que nos propomos a fazer, de modo a fechar o círculo. Já há muito que sentimos que a viagem terminou, ou anda a terminar aos bocados.
É altura de sentirmos aquela coisa de "agora sim, terminou".

Depois de um descansado pequeno-almoço em família, montámos nos selins à confortável hora de onze da manhã, para um começo barulhento na Nacional 10. E que bem que soube! Assim que o selim e as nádegas disseram "olá", foi uma sensação de bem estar e um relembrar de boas memórias. Depois de dias a sentir-me inadaptado com o que me rodeia, sem saber o que dizer às pessoas e às aranhas sem saber o que fazer, isto pelo menos já me é natural. Isto eu sei que sei fazer e que gosto. Venham lá os camiões!

Em menos nada chegámos a Vila Franca de Xira e atravessámos o rio Tejo pela ponte. A lezíria, Porto Alto e mais três ou quatro terreolas perdidas na despovoada estrada, pintaram o cenário para a nossa manhã.
Sem sítio onde almoçar, empurrámos as biclas para o meio do mato, não muito longe da estrada, mas o suficiente para podermos descansar dos incessantes carros e camiões.

Nestes dias que correm, o sol corre rápido e nós atrás dele temos que ir, para não ficar apeados em campismos selvagens gelados e molhados do orvalho! Por isso, após um dia inteiro de pedaleio non stop, em Vendas Novas, fomos experimentar pedir ajuda aos bombeiros, de novo. E de novo, para nosso alivio, não nos foi negada pernoita.



...há um ano atrás: Gonfaron

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