Dueñas

Ao todo fizemos quatro máquinas de roupa durante o dia, até termos tudo lavado e estarmos mais descansados em relação ao extermínio de possíveis parasitas.

Durante a manhã, tomámos o pequeno-almoço com a Maria e Albierto. Descafeinado, torradas com doce e manteiga. A converseta e descontracção da Maria e Albierto, já nos faz sentir parte da casa também. Mas eles tinham trabalho de casa para preparar e nós também. Tínhamos de arrumar e preparar não só os alforges e bicicletas, mas também a nossa forma de encarar o dia de amanhã.
Vamos voltar para um modo de viagem que já está entranhado em nós, mas já nos desabituámos.

Sem grande vontade ou paciência para voltar a ordenar e organizar os alforges, lá labutámos durante o dia com isto. É a parte final da nossa viagem, o regresso a Portugal e a casa. É como se tivéssemos tão próximos de casa, que achamos que já não é preciso ter muitos cuidados, que até agora eram essenciais.


Trocámos a câmara de ar. O quarto furo em quase treze mil e quinhentos quilómetros. E todos na bicicleta da Ana. Seja como for, não nos podemos queixar. Abençoados pneus!
À tarde, enquanto um escrevia, o outro fazia salames de chocolate com o Pablo, para que a receita portuguesa ficasse ensinada nesta casa espanhola.

Nós gostamos de estar em Dueñas.
A Maria, o Albierto, a Claudia e o Pablo, não alteram as suas rotinas e hábitos por nós aqui estarmos. Isso faz-nos sentir ainda mais em casa. É como se fosse a nossa.
Antes de ir para cama, Pablo lembrou o resto da casa que era hora de ver o "telediário". Vimos as noticias e conversámos mais um pouco, antes de ir para a cama, com aquela sensação de nervosismo miudinho. Amanhã, voltamos as bicicletas e à realidade de mais um dia cheio de incertezas, desconhecidos e dúvidas de onde iremos dormir.
Além disso, já não podemos contar com dias soalheiros e longos. O Inverno está à porta e com força.


...há um ano atrás: Forte da Casa – Saubrigues

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