Gela

A noitada do dia anterior fez-nos a todos preguiçar pela manhã. Irmo-nos levantando aos poucos, tomar banho, lavar a bicicleta, tomar o café da manhã, conversetas e passar algum tempo sozinho em frente de um ecrã.
Às 13h15 tínhamos o almoço preparado pela avó Emanuela um quarteirão mais à frente.
Uma matiné bem passada em família. O Ludo divertia-se com as conversas do avós entre eles, falava da nossa viagem aos tios e primas. E o avô Filippo deliciou-nos os ouvidos com histórias durante todo o almoço e pela tarde fora. O nosso paladar estava também a receber um tratamento de sauna. A comida da avó, nesta caso, não é um arroz de pato, ou sardinhas com gaspacho, ou frango e batatas assados no forno, mas antes pasta al forno. Massa tipo lasanha cheia de carne tenrinha, ovos, tomate e queijinho, só para alguns. Nham, nham..
Isto só como primeiro prato, porque hoje é domingo, e estamos em casa da avó. Depois veio a carne, almôndegas com sugo e costeletas. A entrada foi um simples e por isso ainda melhor pão de sésamo com azeite, sal e tomates secos. Os bolinhos típicos, lembravam os nossos bolos de pastelaria fina, como biscoitos húngaros, cornucópias cheias de creme e com chocolate e por aí.
Algumas horas depois despedimo-nos desta família domingeira com o avô Filippo a apertar-nos a mão e a dizer que tinha sido um verdadeiro prazer receber-nos na casa sua, todo contente por ter dois novos ouvintes durante uma tarde.
Nós dois fomos dar uma passeata pelas redondezas, talvez em busca de uns novos chinelos para os pés da Ana. A feira que vimos
tirando o dialecto de Gela que se fazia ouvir, fazia em tudo lembrar-nos as nossas, feira do relógio, feira da luz e por aí.
Até hora de jantar fomos terminando o que tínhamos começado de manhã sem acabar.
O Ludovico foi buscar a Stefana e mais uma jantarada todos juntos a comer pasta com sugo e beringelas.
Mais cansados que no dia anterior, não aguentámos tanto tempo a partilhar as delícias dos nossos ouvidos.
A trovoada e relâmpagos soavam lá fora. Nós esperávamos que no dia seguinte estivesse melhor, o suficiente para nos deixar pedalar secos até Módica. Ficou combinado que se no dia seguinte estivesse assim faríamos um beicinho e olhos de cão e o Ludovico deixava-nos ficar por mais uma noite

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