Augusta - Catania

É o principio do fim... da Sicília.
Hoje partimos em direcção a Catania. A segunda maior cidade da ilha, terra de artistas.Bela cidade antiga no sopé do Etna e banhada pelo mediterrâneo. Pelo menos assim nos venderam o postal. Mas tínhamos visto as luzes de Catania, no dia em que fomos jantar com os amigos de Maria. Perguntei-lhe na altura se Catania era tudo aquilo. Aquele aglomerado de luzes que rivalizavam em tamanho com o próprio Etna.
Pode ser uma bela cidade nos postais, mas para quem acorda um dia em Augusta com planos de entrar em Catania de bicicleta, não deixa de ser muito assustador. Uma cidade grande é uma cidade grande, seja lá onde for.
Dissemos os adeuses a Maria e ao Iuri. Fotos para aqui e fotos para ali e de novo no selim. Embora ainda faltem alguns dias até sairmos de Sicília, desde Pachino que nos sentimos a dizer adeus a esta ilha gastronómica, cheia hospitalidade e de boas pessoas.
A estrada não era difícil. Nada disso. Mas entrar numa grande cidade implica stress (excepto na cidade de Nice, claro). Com o aproximar, começam a aparecer o lixo e as indústrias dos subúrbios, o tráfico aumenta, os camiões multiplicam-se, as faixas de rodagem redobram e as auto-estradas começam a aproximar-se. Tanto, que sem darmos por isso, fomos parar a uma via rápida! Não é muito interessante andar de bicla assim...
Quando, finalmente, conseguimos sair dela e entrar nas ruas da cidade, a placa de Catania aparece para nos dar as boas vindas. Suja e no meio de uns armazéns de mecânica.
Estradas esburacadas, passeios irregulares, uma misturada de estacionamento sobre eles, lixo por todo o lado. Os primeiros minutos em Catania, recordavam-nos as grandes cidades africanas.
No parque onde almoçámos, a curiosidade dos nativos não podia faltar. Olha para aqui, aproxima dali, pergunta acolá e quando damos por isso estamos a responder a perguntas com a boca cheia de pão e rodeados de olhares curiosos. Mas se não dermos muito troco na conversa o interesse acaba por desvanecer.
Cansados da cidade, procurámos refugio na casa da Laura. Uma mãe de família, experiente no Couchsurfing, recebeu-nos de braços abertos, mas com a mesma e já cansada conversa de anfitriã. Não houve uma ligação imediata. Mas ainda assim, não nos podemos~queixar. No meio da metrópole que é a Catania, encontrámos uma família que nasceu e cresceu aqui e têm "grande cidade" a correr-lhe nas veias. Com tudo o de bom e mau que isso possa trazer.
Laura tinha as suas tarefas diárias e não houve muita conversa com ela. Já com o marido, Ermano, a noite desenrolou-se ao som de pratos e talheres, perguntas e respostas para ambos. Sempre com a simpática cadela Luna a pedir festas e mimos.
Fomos para a cama, cansados e saturados de grandes centros populacionais.
Estamos a precisar de fazer um camping antes de sair da Sicília.

Sem comentários: