Radomierz – Nowa Karczma

Acordámos com a tenda toda molhada da condensação.

Despedimo-nos do senhor da gasolineira, que pareceu aliviado por nos ver partir. Talvez por não ser ele o dono do estabelecimento.Pelo menos a chuva parece ter tirado férias. Lá fomos nós para mais um dia na Polónia.

Parámos a meio da manhã para escrever um pouco e utilizar a McNet.

Estrada acima, estrada abaixo! Mais curvas a tornar a pedalada mais dinâmica e interessante. A Polónia que nós julgávamos ser plana, revelou-se uma pasmaçeira de altos e baixos, mas sem grandes inclinações. Hoje não foi diferente. Mas hoje, só hoje,  reparei que ando a pedalar nas mudanças mais altas. Isto é, sem dar por isso, estou a subir colinas que à meia dúzia de meses atrás, me fariam espumar da boca antes de cair no chão, sem fôlego. Quando é que isto aconteceu? Quando é que comecei a subir serras com dezenas de rotações no pedal, ao invés de centenas?


Hora do almoço... Um parque de crianças, com um supermercado do outro lado da estrada. Não podemos pedir mais. Até o sol brilha e aquece, sempre que há uma aberta nas nuvens.
Comprámos um bolinho, e almoçámos em cima da nossa lona no relvado de um jardim público. Quando o almoço acabou, pusemos uma vela no bolo e cantámos! Cantámos os parabéns aos Nomadiclas por estarmos em "modo de viagem", há um ano e um dia!


Com as vilas pequenas a substituírem as grandes cidades, a tarde continuou sem percalços. Um bocejar de pedaleio.

Descobrimos um sítio calmo para acampar e quando quisemos fazer a janta, o fogão deixou escapar gasolina, mais que o normal. Solução, na altura parecia não haver. Que fazer quando o nosso super fogão deixa de funcionar. O  que vai ser de nós...? O senso comum volta às nossas cabeças e a Ana vai de bicicleta até à bomba de gasolina, uns quilómetros mais atrás, buscar gasolina nova, enquanto eu fico a limpar o fogão. Aproveitou-se e comprou-se comida extra caso a nossa ideia não funcionasse.


No regresso, uns veados saltitavam à frente da Ana, no campo de trigo, enquanto ela pedalava pela erva alta. É engraçado sentir o matagal alto a passar pelos nossos pés e pernas, sem ver o chão real onde as rodas rolam, enquanto a bicicleta mais parece navegar num mar verde.

A nossa ideia resultou, a paparoca veio  tardia, mas sem mais incidentes. A solução foi provisória e vamos ter que arranjar tempo e paciência para arranjar como deve ser o fogão.


...há um ano atrás: Falfosa - Torre e Cerca

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