Oswiecim – Gliwice

Já que aqui estamos, vamos lá! Já imaginávamos que iria estar cheio de turistas, o que é suficiente para apetecer não ir, mas era imperdoável, não visitar o memorial de Oswiecim.


Seguindo as placas foi em dez minutos que estávamos à porta! Pela primeira vez dispostos a pagar para entrar, desta vez era de entrada livre! Podíamos voltar para trás e acertar horários para fazer parte de uma visita com guia que falasse uma língua que entendêssemos. Decidimos ir sozinhos, porque não nos apetecia voltar para trás, nem esperar que um grupo se formasse.


Uma imensidão de campo. Logo à entrada um mapa com o esquema do terreno. Nem sabíamos por onde começar. Fomos para a direita, uns quantos estábulos, estavam abertos para visita. Foram construídos para os cavalos, mas os prisioneiros, dormiam lá. Pequenas alterações, práticas e eficientes para aproveitar o espaço ao máximo. Máximo relativo, porque onde cabem quatrocentos, cabem sempre mais duzentos ou outros quatrocentos. Digamos mais seiscentos e ficam todos bem aconchegadinhos!
Íamos apanhando as visitas com guia e completando os textos que explicavam os que víamos nos sinais.
A parte central, onde uma chaminé alta, com a porta em baixo para a lenha, tinha ligação com um canal a passar bem no meio do "dormitório", era suposto funcionar para aquecer o interior, mas diz quem lá esteve que nunca o viu a funcionar.

Ao fundo, depois de andar um quilómetro, quase, alguns monumentos para manter viva a memória dos que morreram.

À esquerda, mais dormitórios. Judeus, não judeus, mulheres não judias, crianças, vemos escrito nos sinais. Começou por ter esta função e depois mudou para esta, e mudou, e mudou... Sempre a passar gente de um lado para o outro. Mas sempre muito organizado! Algumas fotos, que as SS tiravam são utilizadas para mostrar o que vemos ainda com gente.
As câmaras de gás, os crematórios, os lavatórios, as retretes... que dizer, que escrever...


Ao entrar num dormitório de crianças e mães, ouço uma guia a terminar com "...tinha de ser dinheiro ou política, não consigo imaginar que possa existir outra razão...."

Os pedidos de última hora funcionaram! Abençoada rede social com um propósito real e não digital! Antes de sair da cidade, já tínhamos mais três pessoas a conhecer antes de chegar à paragem planeada. Três paragens não planeadas na Polónia. Vamos lá ver o que acontece... Pelo menos parece que, com ou sem chuva, vamos ter sempre um sítio seco onde descansar as botas.

Gliwice! Uma cidade perdida numa amálgama de cidades. Todas juntas, quase nem se percebem as fronteiras entre elas e mais parece uma enorme cidade em vez de muitas pequenas.
Chegámos cedo. Cedo demais, porque a Ola, só chegaria à noite a casa. Depois das dez. Tentámos encontrar a estação de comboio, que seria o nosso ponto de encontro. Pelo caminho, as ruas escuras, e pouco iluminadas, pouca gente na rua. E muitos sem abrigo, e bêbados tornavam tudo demasiado assustador! Na estação de comboios, o mesmo desconforto, ninguém sorri, e os olhares, não mostram nada.


Esperámos na rua, com o cobertor da noite a envolver-nos os receios. Dez minutos depois da hora marcada e nada! Será que aconteceu alguma coisa?
Mais cinco minutos e um casal de louros vem a sorrir na nossa direcção a desculpar-se pelo atraso.
Juntos andamos alguns metros até casa. Com tudo arrumado, descansamos na sala de estar, desta casa típica de estudantes. Pedimos uma pizza, comemos uns pretzels e acabamos a noite.
Que dia tão intenso!

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