Rhodes

Sem grandes pressas, e cansados do sono, entrámos na cidade velha de Rhodes...

Saímos das bicicletas e, calmamente, passeámos pelas ruas estreitas com milhares de anos, mas que podiam ter sido feitas ontem, de tão vivas que eram. Sentia-se que aquilo não era uma ruína. As pessoas ainda viviam e usavam todos os cantos e recantos da antiga metrópole do Colosso de Rhodes. Os bairros medievais misturavam-se com as construções judaicas e com os restos da colonização Turca. O sol lá ia entrando pelos buracos que encontrava ao mesmo tempo que os embriagados adolescentes saiam dos bares, onde ainda se ouvia música.


Passeámos ao acaso até nos cansarmos e ficarmos satisfeitos. Encontrámos umas escadas e enquanto a Ana tentava pôr o sono em dia, o Alexandre avançava com a leitura do Senhor dos Anéis.

Combinámos com a Gratianne às nove da manhã, na antiga ponte medieval, e lá apareceu ela a correr passado um pouco. Enfermeira chefe numa clínica privada, a Gratianne conhece bem os cantos à casa de sitios tão diferentes como Madagáscar ou Portugal, onde viveu dois anos, e vai fazer um ano que mora em Rhodes. Foi uma surpresa inesperada como despedida da Grécia. Falava e percebia português! Caminhámos até à casa dela, e tomámos um pequeno-almoço tardio, com o francês a misturar-se com o português.


Era domingo, por isso Gratianne não trabalhava. Enquanto nos falava sobre o que havia na ilha para nós visitarmos, passeámos ao redor das muralhas, visitar jardins escondidos e informámo-nos dos bilhetes para a Turquia.
Com o sol a aquecer, petiscámos umas frutas ao mesmo tempo que fazíamos a sacola para ir para a praia. Alguns minutos depois, chegámos a uma das praias e redor de Rhodes.


Em vez de areia tínhamos rochas e as toalhas davam lugar às cadeiras de piscina. E tal como numa piscina, havia umas escadas para entrar na água. A água estava fresquinha, mas depois de passada esta barreira, descobrimos que ao abrir os olhos debaixo de água, era como olhar para um céu descoberto, de tão límpida e transparente que esta era.
Junto à praia estava um restaurante e com a Gratianne e o seu amigo Antonis, fomos conhecer os sabores da casa, sob um sol escaldante.

Nós estávamos sem dormir, mas não queríamos perder a energia da Gratianne. Depois de voltar da praia, ainda se arranjou tempo e forças para provar os doces típicos da região, visitar o antigo estádio, o templo de Apollo, ver o sol a pôr-se na Turquia, visitar uma amiga da Gratianne e elaborar um delicioso jantar de peixe e quinoa.



Quando caímos na cama, não foi preciso muito tempo para fechar os olhos e dorm.........

No dia seguinte, ficámos em casa. Gratianne trabalhava das 7h às 19h e nós preferimos a lazeira e conforto da casa, aos passeios na rua onde o intenso calor se fazia sentir. Mas ao fim da tarde, voltámos à zona do estádio e do templo a escassos metros de casa. O estádio pode ter 4000 anos, mas ainda hoje é utilizado na rotina dos nativos de Rhodes. Por termos ficados desiludidos com as ruínas de Olympia e por não ter conseguido visitar nenhum templo até chegar a Rhodes, tirámos a barriga de misérias neste local menos povoado por turistas. Demos cinco voltas ao estádio a passo de marcha, e depois de um arrumar as chanatas da caminhada, outra continuou como se não houvesse amanhã até o sol se pôr.

Quando regressámos já a nossa anfitriã estava em casa a orientar o bacalhau. Sempre em português, com a ocasional palavra difícil em francês, passámos o serão na conversa até cada um se retirar para os seus aposentos.

1 comentário:

Anónimo disse...

A viagem já vai longa...mas para já o blog vai servindo no entanto vou ter que começar a planear uma viagenzita para ir ao vosso encontro...

Quero uma foto de Cappadocia!!!

Beijo,

R.