Rhodes - Mugla

Dez minutos depois das oito e acenávamos montados nas bicicletas, para a Gratianne que ficava para trás de máquina fotográfica na mão. O pequeno almoço não foi tão calmo e demorado como nos dias anteriores mas foi-se tomando entre malas que se punham nas bicicletas e outras arrumações.
A Gratianne conseguiu ir despedir-se de nós ao porto uns minutos antes de seguir para o trabalho. Demos os últimos abraços depois de tantos já dados e dissemos um até logo, porque sabemos que a vamos voltar a ver.


A viagem demorou cinquenta minutos, num ferry ultra rápido, cheio de turistas. Os passaportes levam o primeiro carimbo e temos que pagar pela primeira vez para entrar num país.

Estamos na Turquia. São quase 11h quando começamos a subida pela estrada em obras.
Os carros a ultrapassarem, as máquinas a trabalhar, os camiões carregados a subir devagar, as pedras a rolarem encosta abaixo: poluição! Muito barulho, muito fumo de escape e muita poeira. Nós contribuímos com o suor...
O sol estava a pique e nós a subir sem parar, a levar com baforadas de fumo dos camiões que passavam por nós e a ficar por segundos sob uma nuvem quente e preta que mal nos deixava respirar. Alguns trabalhadores descansavam à sombra. Viam-se sacos grandes com marmitas e garfos à beira da estrada. Alguns paravam por momentos para nos ver passar e acenar um olá.


Almoçámos os restos dos sacos, que aliviaram o peso para o pós almoço, meio acocorados numa estrada secundária com sombras dos pinheiros ao lado. Já mandámos a nossa manta para Portugal! Depois de almoço um pouco mais de suor a escorrer-nos pela testa, costas, pescoço abaixo e a juntar-se ao fumo e pó da estrada. Um bronzeado mais forçado, mas ainda assim um bronzeado.
Muitas mini paragens para beber água e descansar. Ao longo da subida fomos encontrando bermas com mais espaço cheio de peluches espalhados como um exército em formação. Ovelhas e camelos...
Durante as subidas o melhor é não olhar para o conta quilómetros. O tempo passa e os quilómetros avançam um a um. Ou melhor de dez em dez metros. Muito devagar. Levamos um tareão, esfalfamo-nos todos e no fim avançámos três quilómetros. Frustração e revolta.

Antes de vermos a placa de Mugla um carro abrandou ao nosso lado e de lá de dentro perguntaram-nos se éramos portugueses e se estávamos a pedalar para a casa do Ertan. Mais uma vez, alguém que conhecia o nosso Couchsurfeer e sabia que ele nos esperava. Seguimos atrás do carro do irmão, com  máquinas fotográficas a surgir intercaladas nas janelas da direita para nos filmarem. O Greg dizia que éramos como estrelas de Hollywood. Relembrámos cenas como esta que nos acontecem quando estamos a debater que direcção tomar e surge alguém para nos guiar até à porta de casa.
Para a janta ficou combinado um encontro mais tardio depois da banhoca, num sítio que conheciam, todos juntos. A família do Ertan (mulher Shebenem e filho Kaan) e o irmão com os seus convidados polacos (Greg e Cathy).

Esperámos pelo Ertan que acabava o seu comprido dia de aulas. Por volta das dez saímos de casa a pé para o restaurante que ficava ali perto. Restaurante é muito rebuscado. Tinha meia dúzia de mesas, quatro empregados adolescentes, um forno a lenha de onde punha e tirava os pidés que o irmão pedia sem parar. Para beber todos tomaram um copo de iogurte líquido e finalizámos com um pidé original que até o Ertan e o irmão não tinham provado. Tahini com mel e raspas de avelã.

Voltámos para casa, abrimos os sofás e terminámos um dia muito comprido que começou na Grécia e acabou na Turquia.

2 comentários:

CB disse...

Gajos agora é que a aventura vai começar, a europa civilizada está a ficar para trás :) Força nas canetas :) Beijinho

Anónimo disse...

Turquia = Baklava...

Olha precisa de autorização para fazer o download da vossa fotografia de perfil do flickr...ou mandem-ma para o mail por favor ok?

Massagem nos vossos pés cansados...

R.