Aydin - Selçuk

Alguns dias são assim, rápidos a passar.

Dissemos adeus à Meltem, montámos nas biclas e pum! Num abrir e piscar de olhos 40 km tinham sido pedalados numa estrada sem interesse, com montes de tráfego, buzinadelas, fumos pretos, obras e buracos!

Os auscultadores tornavam o dia mais suportável e interessante. As bolachas alimentavam as subidas pela serra até uma povoação de estrada onde parámos para fugir ao calor e almoçar. Do outro lado da estrada os autocarros aclimatizados despejavam turistas que ou vinham de Ephesus ou iam para lá.

Ephesus... Património da Unesco. Ruínas de uma antiga glória romana. Tão excecionalmente conservadas que nos sentimos transportados para trás no tempo. Enorme anfiteatro, escavado na colina e com a dimensão desta.
Ephesus... local vedado e guardado por militares. Infinidade de tendas e lojinhas de souvenirs a vender a autêntica experiência turca. Ephesus... o bilhete era mais de cinco euros, o dia já ia tarde e a vontade de nos misturarmos com os turistas não era muita. Memórias de Olympia.
Tirámos a foto por detrás das grades e voltámos para donde viemos.

Algures por estas bandas a casa da mãe de Jesus, Maria, e de um dos apóstolos que com ela veio. Ficámos contentes por passear pelas mesmas paisagens que ela viu. Não foi preciso ver a casa dela e ficar desiludidos com mais uma antiguidade que se tornou atracão turística.

Virámos em direcção à praia, em busca de poiso para a tenda. Pelo caminho e ao nosso redor, um imenso pântano sem possibilidades para acampar. Passámos por um parque de campismo mas ficámos pelo passar.

A praia no fim da estrada. Dois cafés na areia com esplanadas. Algumas pessoas praticantes de kitesurf por ali e uma matilha de cães a descansar nas dunas. Por alguma razão, os cães na Turquia abundam tanto quanto os gatos, mas ao contrário destes, não são pequenos e fofinhos, mas sim enormes e com cara de mau. Fazem lembrar os cães pastores de Sardenha.
Volta para trás, porque campismo com cães à mistura, não é interessante.

Sem muitas mais hipóteses e cansados demais para inventar, entrámos no parque de campismo. Ainda tentámos o regateio, mas o dono era alemão e como tal, imune a vacinado a esses hábitos turcos.

O parque com todo o seu potencial, mas nem de longe valia o dinheiro e as instalações estavam com aspecto abandonado e havia lixo e cocó de cavalo por todo o lado.Vimos pela primeira vez um jipe com mangueiras grossas gigantes a cuspir nuvens de fumo por todo o lado, por causa da mosquitagem.
Adormecemos ao som das dezenas de cavalos que pastavam ao nosso redor. Resignados a servir de passeio para campistas mais abonados.

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