Oren – Korubasi

Segunda é dia de trabalho para a Oya e para nós dia de pedalar.


Fomos a pé com a Oya até ao escola onde ela trabalha. A metros da praia e com piscina para rematar. Existem locais de trabalho assim...
Devemos ter sido dos primeiros a chegar, porque a cozinha ainda estava fechada e a Oya é que teve que ir buscar as chávenas e servir o chá. Sentámo-nos à mesa, bebericámos chá, conversámos uma última vez antes da próxima, abraços e adeuses. Regressámos à estrada.

O caminho até Ackçay já nós conhecíamos do dia anterior, graças à Oya. Depois tivemos que entrar na velha amiga E-87, em obras, camiões, fumaradas, etc, etc....

Parámos numa padaria junto à estrada. Em conversas turcas com a padeira, outro cliente intrepôs-se como tradutor turco-inglês para tentar ajudar com os trocos e os números. Já na rua, o senhor meteu mais conversa que o habitual. Donde vêm, para onde vão, querem vir à minha casa tomar o pequeno-almoço... A conversa habitual. Indicou-nos que a sua casa era a 5 km e que estaria à nossa espera junto à estrada. Ok.
 Os 5 km tornaram-se 7 km. E depois 10 km... Começámos a tentar lembrar-nos da marca do carro e da cor. Seria aquele debaixo da árvore lá atrás? Ou o outro junto aos prédios? Nunca saberemos, porque não voltámos atrás para procurar o senhor. Desculpa lá senhor simpático, mas a viagem tem que continuar e se tivesses uma bicicleta teríamos memorizado com certeza a marca e a cor, agora um carro...

Junto à E-87, apareceu um supermercado Bim. Tinha sombra e uns banquitos improvisados. Por ali ficámos na hora do calor a encher a pança, mas mais a dormitar.
Na porta ao lado, carrinhas e pessoas entravam e saiam. Olhavam para nós, perguntavam se estava tudo bem, se queríamos chá, de onde éramos. Quaresma, Ronaldo, Sabrosa.... Estacionámos junto a uma empresa de catering para os hotéis e hospitais da zona, e entre tanta conversa, lá fomos conhecer as instalações. Claro que a certa altura, ofereceram-nos uma refeição! Tivemos que recusar, gesticulando que de barriga cheia a bicicleta anda devagar. Mas ainda marcharam umas bolachas e umas fantas! Quem não come por ter comido....


A E-87, virávamos para a direita. Uma subida monumental sobre a qual nos avisavam desde Mugla. Não obrigado. Já chega. Seguimos para a esquerda. Uma secundária perdida que nos levaria junto à costa, com colinas cicláveis, vegetação selvagem, campings improvisados, RedBulls oferecidos por um sueco de caravana, paisagens deslumbrantes e uma subida... Não era tão longa, como a que evitáramos, mas fez-nos suar por tudo o que era poro no corpo.

Chegámos a Assos. Aldeia antiga, com templos de Atenas, fortalezas do Império Otomano, ruas e casa de pedra. Tudo muito bonito, mas nós queríamos era água, para continuar a busca de um campismo.
Até nestas bandas, foi complicado. Mesmo no meio de serras desertas, lá aparecia um pastor ou tractor. Procurávamos sossego. Encontrámo-lo entre umas rochas e arbustos rasteiros, com as montanhas nas nossas costas e a ilha de Lesvos à nossa frente.

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