Rethymno - Dafni

Não descobrimos as maravilhas do trampolim durante mais de três semanas. Mas no dia da nossa partida, com o sol acabado de despertar e o silêncio no parque a reinar, um dos Nomadiclas saltitou, com as ramelas nos olhos a verem a vista sobre a cidade enquanto voava.


Arrumámos as tralhas. Sem pensar muito nisso os movimentos mecânicos de arrumação dos alforges voltaram como se nada se tivesse passado. É como andar de bicicleta. Nunca se esquece.
Lavámos toda a loiça, deixámos a cozinha arrumada, limpámos toda a caravana. Fizemos tudo isto, sem pressas e sem pensar muito na vida sedentária que iríamos deixar para trás.
Antes de partir tirámos umas fotos ao quiosque a pedido da Susanne, para ela poder pôr nos panfletos.

Montámos as meninas, dissemos adeuses, trocámos abraços e voltámos à nossa estrada... durante 5 minutos, até à oficina do Nikos!
Faltava um acto de manutenção vital e terrivelmente atrasado. Trocar de correntes.
Tirámos as rodas, falámos um pouco com Nikos sobre a melhor corrente e cuidados a ter, vimos como se faz, dissemos mais uns adeuses e voltámos à nossa estrada... durante 5 minutos, até ao banco da promenade onde almoçámos!


Aproveitámos o sol e o bom tempo. Dissemos adeuses à zona e às vistas. Sentimos que nesta nossa estadia (a mais longa até à data), aquilo que nos agarrou mais foi o local. O Eco-Parque, os seus animais, cantos e rotinas entraram em nós sorrateiramente e deixaram raízes.

...o sobe e desce voltou, mas sem pressas. Nenhum de nós fazia intenções de pedalar como se não houvesse amanhã, e depois de algumas horas e 30 km nas pernas, virámos para uma estrada secundária, entrámos num caminho, empurrámos as biclas sobre uma colina e sempre sem falar, começámos a preparar a casa amarela. O sítio escolhido parecia estar à nossa espera, e não foi preciso debates e decisões sobre se era bom ou não e qual o melhor spot.
Montámos tudo num campo de oliveiras, com vista para as montanhas e para o sol nascente do dia seguinte.

O fogão voltou à vida e a cama azul voltou à casa amarela.

Com rodas novas, correntes novas, manutenção feita e talvez um novo e completamente diferente destino nas nossas mentes, sentimos que estávamos a começar a segunda parte da nossa viagem.

1 comentário:

Anónimo disse...

"...e talvez um novo e completamente diferente destino nas nossas mentes,..." Isto é só para nos aumentar a curiosidade!? :)

MM