Kissamos - Kalyves

Noite a navegar no Mediterrâneo.

Desembarcámos em Kissamos ainda o sol não tinha nascido. Finalmente estávamos em Creta!


Duas noites debaixo de tecto fez maravilhas à saúde intestinal e à motivação. Ou então são os ares da ilha com história milenar. Será que vamos ouvir por aqui que esta ilha é a o berço da civilização mais antiga do Mediterrâneo?

Começamos a pedalar até à cidade propriamente dita, que fica a 3 km do porto. Tudo estava fechado. Mas as padarias são universais assim como as horas de abertura. Comprámos pão e matámos a fome de três dias de fruta, sentados no degrau de um stand.
A estrada do norte de Creta não tem que enganar. Sempre em frente e podemos percorrer toda a ilha de oeste para este. Não é muito bonita e de vez em quando lá aparece a montanha imponente. Nem fazíamos ideia que esta ilha era tão montanhosa, com cumes a mais de 2000 metros. Ao longe, estes ainda estavam cobertos de neve.

Chegámos à Chania e começámos a procurar por Internet à borlix. Todos os cafés têm afixado que a net é grátis. Mas só obtemos o código depois de consumirmos algo...
Depois de tantos dias de campismo, já sentíamos saudades de caras amigas com quem passar os serões.

Enfiámos-nos no centro da cidade e descobrimos o centro histórico. Apinhado de turistas! Parecia uma invasão e nem se podia andar na rua sem roçar ombros. Até era bonita a zona, mas tinha demasiada gente para nós e fugimos dali até encontrar um parque com uma torneira algures, onde cozinhar o almoço sossegados.
Durante o almoço um grupo de brasileiros começou a tirar fotos de férias junto a nós. A Ana ofereceu-se para lhes tirar uma foto a todos e palavra puxa palavra, começámos a falar um pouco com eles. A desenferrujar o português. Depois dos adeuses, ambos comentámos o esquisito que as nossas vozes soavam ao falar português com eles! Será que estamos a perder a nossa língua materna?
Depois de muita procura por um sinalzito de net, encontramos um que nos informou que ninguém em Chania podia acolher-nos. Com as nuvens a ameaçarem descarregar, voltámos à estrada para sair da cidade em busca de mais um campismo.

Muitas pingas e subidas mais tarde, depois de penhascos e falsos positivos, saímos da estrada principal e fomos ter com as nossas amigas, as oliveiras. Desde que desembarcámos, que toda a paisagem é dominada por elas. Vimos algures que a civilização Minoica foi das primeiras a explora-las.

Nós também as exploramos quando procuramos abrigo, mesmo se estiverem em campos de lama e matagal selvagem com rochas à mistura. Choveu a noite toda.

Bem vindos a Creta...

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