Gonfaron - second week

Com o Natal a chegar há ainda mais coisas para fazer.
A árvore e a sala para serem decoradas. Os doces e as comidas para festejar em grande. Antes disso as compras, para que não falte nada. A lista do que vamos preparar para comer. As gémeas para cuidar. E a lista continua...
Dia 22 a Jill chegou a casa de manhã, com uma energia renovada. A Céleste tinha tido alta da sua bronquite e voltaria a casa nesse dia. Uma reviravolta nos nossos hábitos. O que nos agradou mais foi dormir tranquilos, sem aquele aparelho que apita porque uma delas fez barulho a bocejar, ou a falar durante o sono.
O reencontro das irmãs foi emocionante. Especialmente para a Céleste que esteve 5 dias consecutivos na cama sem poder sair de lá. Ainda vinha cheia de adesivos dos soros e tubagens que lhe enfiaram para respirar e não morrer à fome. Cheia de energia e sempre HAPPYYY - expressão da própria.
Decidimos que para o dia de Natal teríamos bacalhau. Ninguém conhecia o suficiente as tradições francesas, quanto mais cozinhá-las! Que seja um bacalhau como é tradição em Portugal.
Na véspera, comemos pitas no forno. Bebemos champanhe, umas quantas garrafinhas e quem quisesse tinha o vinho tinto da região. Constava no topo da lista das coisas importantes para o Natal. Como tal fomos atestar o garrafão. Tal qual numa bomba de gasolina, mas neste caso muito melhor. Esta ideia dos francius é genial.
No dia seguinte comemos uma espécie de perú, que é o que se come na América. Só que não era um perú, era um chapon. Um galo capado para a engorda especial destas festividades! A acompanhar tínhamos mashed patotoes, as cenouras no forno, e o que vai dentro do "peru" capado, mas que foi feito cá fora, com pão e aipo. Uma delícia, de comer e continuar a comer. E a beber!
Os docinhos, eram todos americanos, ou não estivéssemos numa casa americana, com mais helpers americanos. A Jamie ligava o super turbo e fazia trinta mil coisas ao mesmo tempo. Bolachas com pepitas de chocolate, sugar cookies e os pretzels com chocolate e amêndoas. Antes disso ainda tínhamos o cranberrie bread, que mais parecia um bolo. Super bueno! Como dizia a Maite de Logroño.
continuámos a comer e a beber como se não houvesse amanhã. Mesmo que fosse dia de comer o que há nos tupperwares no frigorífico, tínhamos sempre que fazer algo para acompanhar. Fazíamos sempre a mais, e no final voltámos a ter que guardar comida em caixas. Era um ciclo vicioso, que foi muito difícil de modificar. Para haver pessoal para tanta cozinhaça, às vezes as gémeas lá ficavam a ver o True Mud da Rua Sésamo.
De manhã tínhamos crepes, às vezes pão quentinho e croissants pure beurre.
Algures à volta do dia de Natal, fomos com o Billy e a Jamie visitar uma vila pequenina a poucos quilómetros de Gonfaron, para ficar a conhecer a zona e apanhar outros ares, Le Vieux Cannet. Antes de regressar fomos ao café a Gonfaron e ficámos a conhecer a lenda da vila. Gonfaron é a vila dos burros voadores porque: há muito tempo atrás um senhor recusou-se a limpar a rua em frente à sua casa para o desfile religioso passar. Se o santo quisesse passar que voasse. Uns dias mais tarde, no topo de uma montanha ali perto, estava ele montado no seu burrico, quando foram rodeados de moscas. O burro assustou-se e desatou na correria. De tal maneira que não parou quando chegou o precipício e caíram os dois dali abaixo. O povo que o viu passar logo disse: Querias que o santo voasse, então agora voas tu no teu burro!
No dia de Natal pela manhã as meninas abriram os presentes, com uma grande cobertura dos paparrazzi! Duas máquinas fotográficas e uma câmara de filmar. O Billy só não captou imagens do momento porque estava a dormir. Montes de presentes, e uma confusão de brinquedos e papel de embrulho espalhados pelo chão da sala.
No último dia do Billy e da Jamie lá fizemos uma caminhada que andávamos a prometer desde que ali chegámos. Fomos até Les Mayons. Os seus habitantes são os Mayonaises! Saímos antes de almoço e a meio do caminho estava tudo com fome. Chegámos, fotografámos e voltámos. Fomos esticando o polegar, só para ver se alguém parava para dar boleia. E não é que depois de jipes e jipazos, passa um carrito e pára para nos levar. Os 4 encafifados atrás, mais o casal à frente, falámos o caminho todo, meio francês meio inglês. Deixaram-nos em Gonfaron e voltámos a casa. Mais 1 km. Génial!

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