Solenzara - Porto-Vecchio

Deixámos o campo de futebol mesmo a tempo, porque assim que iniciámos o pedaleio, apareceu um senhor com a carrinha para descarregar tralha.
Assistimos a um maravilhoso nascer do sol, que sabe a chocolate logo para começar bem o dia. Enche-nos de sentimentos bons e de esperanças.
O dia estava magnífico e despimos os casacos depois da primeira subida mais inclinada.
As casa junto ao mar, e muitos sítios encerrados e desertos, que no Verão imaginamos a abarrotar de turistas. Muitos cartazes a anunciar aulas de mergulho, excursões e o que se pode pensar para entreter as massas migratórias de Verão.
À chegada a Porto Vecchio fizemos uma pausa para um almoço e logo partimos em busca de Internet para verificar se a Catherine já nos enviado ou o número de telemóvel ou as direcções para a sua casa.
A subida era longa e íngreme. Em frente à biblioteca decidimos entrar e experimentar a ver se podíamos aceder à net. Nada! O centro cultural era logo ali, mas como avisa-la que já tínhamos chegado?
Continuámos a cirandar à procura de Internet. Nada, mais uma vez! O posto de turismo fez-se anunciar nos sinais. Assim que entrei a senhora disse imediatamente: " São os portugueses que vieram de bicicleta?" Com espanto respondi que sim. Ela explicou-nos que a Catherine já lá tinha estado a avisar que iríamos lá passar! A senhora disse que ela estaria à nossa espera no Centro Cultural. Mas como saberia ela que já lá estávamos? Com certeza tinha mais que fazer do que ficar por lá à nossa espera! Umas festas no gato que vai ao posto de turismo em busca de comida e recebemos uma SMS. Era a Catherine, a dizer que tínhamos uma carta à nossa espera no Centro Cultural! Informámos o pessoal do posto de turismo e juntos sorrimos à custa desta caça ao tesouro. Lá descemos a rua até ao C.C.. Na recepção depois de nos fazermos anunciar, entregaram-nos um envelope. Lá dentro um mapa com indicações e uma carta. Seguimos o mapa e chegámos à casa da Catherine. A sua companheira de casa desceu as escadas e iniciou uma conversa unilateral num francês que considerámos rápido demais até para os franceses a explicar-nos montes de coisas sobre como arrumar as bicicletas e onde era o apartamento. Partiu e depois veio a Catherine... a sorrir. Ajudou-nos a arrumar as bicicletas e a levar todas as malas escada acima até ao terceiro andar. Rimo-nos com a confusão das SMS e emails, que afinal eram apenas SMS que tinham sido enviados mas não recebidos por faltarem uns zeros... Valeu a pena porque foi divertido andar a passear pela cidade e encontrar gente à nossa espera com mensagens. Ficou a ideia para o futuro deste 3 couchsurfers.
Descobrimos minutos depois que na Córsega toda a gente tem a casa de banho fora de casa. Lá fora em todas as varandas há uma casa de banho. E do topo das montanhas consegue-se avista-las, fora das casas.
Um chá com bolinhos acabados de fazer e saímos de carro em direcção às montanhas. Fomos parando em diferentes patamares para ver o que havia. Mesmo no topo, há um lago artificial, existente apenas por causa da barragem. Mesmo assim encantador em conjunto com as imponentes rochas em redor, escavadas pela água e vento forte. Mas o pôr do sol e o vento forte e frio fizeram-nos preferir outras paragens.
Regressámos a casa para banhos e jantar. Um jantar simples mas delicioso.
A sua vida profissional está numa fase positiva. Só trabalha um dia por semana, num turno de 24 horas. Todo o restante tempo é passado em passeios, a ler e a ver muitos filmes. Com apenas 26 anos já fez muito na vida, tem muitos projectos e já é uma grande mulher, depois de ajudar a nascer muitos bebés.
No Verão as duas, Catherine e a companheira Fabienne, abandonam a casa devido ao custo elevado da renda em época balnear. O preço é 8 vezes mais que o que pagam durante de mensalidade o resto do ano.
A Fabienne chegou e apesar de overwhelmed dispôs de algum do seu tempo para estar à conversa connosco.
Todos fomos para os quartos para descansar devidamente para o dia seguinte estar a postos. A Catherine estaria a fazer turno. E nós a pedalar para apanhar o barco. Ficou de nos enviar uma SMS caso nascesse algum bebé.

1 comentário:

Nuno Vieira disse...

Uma vez mais, parabéns pelo trabalho fotográfico. Algumas das fotos estão brilhantes, nomeadamente as do crepúsculo e a do tronco à beira mar.