Bastia - Linguizzeta

Quando acordámos e saímos do quarto, já/ainda o Théo estava na sua jogatana online de póquer. Todas as raparigas dormiam depois de uma valente noite de borga. Fizemos crepes para nós e para todos, para que pudessem ter um pequeno-almoço tardio diferente. Antes mesmo de sairmos, a Fabienne acordou e ainda conseguimos dizer-lhe adeus.
Córsega...
Desde que ficámos com a Génevieve e o Vincent que ouvíamos dizer que esta ilha é como uma montanha no mar. Com picos a ultrapassar os 2500m. Vincent alertou-nos de que apenas 60km em toda a ilha eram planos! Apenas na parte oriental da ilha se via que as montanhas não a atacavam. Foi aqui que decidimos pedalar para atravessar o berço de Napoleão. Como preguiçosos que somos e seguindo a estratégia de fugir ao Inverno europeu, não nos apetecia conhecer in loco as montanhas e o mau tempo nelas incluído. Ainda assim temíamos as subidas e descidas...
Nem 10 minutos de pedal, e eis que ainda na cidade tivemos quase que desmontar e empurrar para percorrer 50 metros de pura parede vertical numa das muitas ruelas antigas da cidade!
Mas foi só um susto. Ao atravessar o mercado domingueiro na praça central, entrámos naquela que seria a última estrada francesa. A N 198, que liga Bastia a Bonifacio.
Como Córsega se revelou um deserto de Couchsurfing, pedalámos sem pressas e sem obrigações e destinos a cumprir. Como em Portugal e em Espanha, os próximos dias seriam de liberdade pedaleira. Pedalar até encontrar um bom sítio para acampar. Nada mais. Fazer compras de almoços e jantar, seriam as únicas preocupações diárias.
Nunca houve altos e baixos terríveis como Napoleão. Pedalamos todo o dia até virarmos para uma praia para acampar. Todo o dia com o mar à esquerda e os picos de neve enevoados à direita.
Na praia, um restaurante de Verão, mais parecia abandonado que fechado. A casa ao lado tinha roupa estendida e apresentava sinais de habitantes. Esperámos que alguém aparecesse para perguntar e ter a certeza de que não haveria problema em acampar na praia em frente à casa. Preparamos a nossa casa, fizemos a janta e um chá e vimos uns episódios do Dexter antes de adormecer com o som das ondas a escassos metros de nós...

1 comentário:

Anónimo disse...

Finalmente....descidas e subidas, suor, tendas.... a dureza da verdadeira aventura!

Mandovos um abraço quentinho para as noites frias.

Abraço,

R.