Gonfaron - Saint-Raphaël

Levantámo-nos antes de toda a gente. Levámos a roupa do quarto e WC para a máquina de lavar. Preparámos as bicicletas, levámos as malas para a porta da sala. O resto do pessoal desceu, fomos comprar uns panitos para as sandes do dia e toda a gente tomou o pequeno almoço. A Jill entregou-nos um envelope com um postal, que guardámos logo, emocionados. O ambiente estava estranho.
Depois de confirmar se tínhamos tudo, descemos e as meninas abriram uma lembrança que deixámos para eles.
Fomos todos para a rua fechar o resto das malas com as comidas lá dentro e uma fotografia de grupo antes do adeus.
Os beijinhos, os abraços, umas palavras que não conseguiam sair de nós e em vez disso os olhos humedeceram-se. Partimos logo, para evitar dramas. Mais à frente, nem chegaram a ser 500 metros, parámos obrigados pela emoção da despedida. Chorámos e rimos por tudo o que se tinha passado de tão bom nestas 3 semanas... É difícil expressar o quão intenso uma noite ou dois dias de couchsurfing podem ser quanto mais uma semana, ou 2 ou 3...
Seguimos pela estrada que já tínhamos de feito de carro com o Billy e a Jamie. Mas nem por isso deixámos de nos surpreender com a beleza das cores e de nos sentir entusiasmados junto do mar.
Por esta estrada a maioria dos condutores que passa, vem passear. Há vários estacionamentos, e caravanas, bicicletas e gente a andar ao longo da estrada. As máquinas a disparar em todas as direcções, e também a nossa se juntou aos flashes.
Através do ajudante Google conseguimos escolher mais ou menos com antecedência um sítio bom para acampar ao fim da tarde. Mas depois de andar para diante e para trás, acabámos por ir para um sítio enorme, um bocado turístico, onde as tropas do dia D desembarcaram a 15 de Agosto de 1944. Foi o princípio do fim da II Guerra Mundial!
Muita gente por ali estava. Autocarros de turistas, moradores das redondezas a passear o cão, moradores mais distantes a terminar o passeio de fim de semana e dois viajantes de bicicleta à procura de um sítio para montar acampamento por uma noite. Fomos à vez fazer vistorias e descobrimos um café encerrado nas estações menos quentes, e foi mesmo aí entre a cerca do parque de campismo e as traseiras do café que fizemos a nossa casa por uma noite. Comemos nas mesas e cadeiras disponíveis para piqueniques e esperámos até não haver ninguém para nos irmos recolher.
O céu estava nublado e as previsões meteorológicas não anunciavam mais que isso. Umas consultas na Internet, ajudaram-nos a melhorar a circulação de ar no interior da tenda, de maneira a diminuir a inevitável condensação que se forma quando estamos lá dentro quentinhos e a expirar tanto vapor de água.
Prendemos as bicicletas, montámos a tenda junto a um canto do café, arrumámos as malas todas de um lado e deixámos um porta do duplo tecto aberta e pousada nas malas.
A meio da noite começou a chover.....

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