Sanluri

Acordámos sem despertador! Que bom.
As crianças já tinham ido para a escola com o pai que as tinha ido levar às 3.
Tomámos um pequeno-almoço tardio, típico de Itália: café, chá ou leite com biscoitos e tostas com marmelatta.
Saímos os 4 para dar uma passeata por Sanluri. A arte local está por todo o lado. Várias paredes tem um misto de pintura com baixos-relevos, se assim lhes podemos chamar, de um artista sarda. Que além desta pinturas, faz umas placas em argila, para identificar diversos locais. As legendas são em sardo e a Mari vai sempre tentando traduzi-los para nós.
A cidade é uma mistura de antigo com moderno. As casas mais antigas construídas com pedras e com paredes muito espessas. Normalmente, depois de passar o portão da entrada, há um enorme pátio e só depois a casa. As casas mais recentes, que são prédios direitos quadradões, não tem mais nada que se lhes possa acrescentar.
Subimos ao topo da cidade, perto do convento onde pudemos ver a cidade de cima. No meio de uma rua uma escultura ilustrava a revolta sangrenta dos locais contra os impostos elevados.
Toda a gente, prefere a comida local. Pelas ruas há pequenos vendedores com caixas cheias de alcachofras e funcho, rabanetes e mais hortaliças que não sabemos o nome. As alcachofras aqui são as únicas que tem picos na ponta das folhas. Toda a gente tem muito orgulho nos produtos típicos e fazem questão de os cozinhar e dizer-nos que são locais e frescos. E nós, agradecemos e comemos!
Antes de voltar para casa, passámos pela padaria e além do pão, a tentação dos doces foi maior e compraram um tabuleiro cheios de doces típicos, sempre com o cuidado de verificar se levam leite ou derivados. Aqui toda a gente faz questão de encontrar coisas que a Ana possa comer. Mesmo no meio de um piazza com um poço iniciámos a gulodice dos doces como se um piquenique se tratasse.
Os miúdos voltaram da escola às 13h30m. O almoço já estava preparado e à sua espera. Um salmão com limão, invenção da Mari, beringelas assadas e as famosas batatas esmigalhadas.
Às 16h30 o Daniele e a Ana foram buscar o Simone ao jardim de infância. Ao fim da tarde estávamos todos reunidos.
Ajudámos a fazer o jantar, uma mistura de canja de galinha com brodo (caldo em italiano) de frango. A Elisa jantou mais cedo porque tinha coro.
Viu-se televisão, descansámos, brincámos, ajudámos a Elisa a fazer contas e a novas pulseiras e com o Simone lemos livros e brincámos com torres de de percursos para berlindes. O Daniele, o Simone e o Alexandre ajudaram a desfazer a árvore de Natal, que nos fez lembrar de quando éramos crianças e o pai embrulhava cada coisa meticulosamente em papel de jornal antes de guardar numa caixa.
Os restantes comemos, a seguir à Elisa, uma aconchegante sopa quentinha, com uns palitos de pão com prosciutto (presunto). Tudo é bom de se comer nesta casa.
Voltámos ao quarto, um bocadinho ensonados e hoje não participámos na deliciosa tradição familiar de bolinhos e leite antes de ir dormir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto cada vez mais do vosso blog...há sempre sitio para a comida!! Por isso hoje deixo-vos eu com uma sugestão aquando do vosso regresso a portugal....a minha ultima descoberta culinária de Tavira é o "Pão do João" (a.k.a j. nobre) - de batata, cebola, pesto...

Começem a escrever um livro de receitas...com uma foto do prato e da cozinheira.

beijos e boa viagem!

R.