Se calhar, as vinhas e as oliveiras onde acampámos, ficam junto a um caminho pedestre qualquer. De vez em quando ouvíamos umas vozes de gente a passar e um par de tipos a correr.
Dia de fazer uma tangente às serras do norte de Aragão. Se bem se lembram, aqui em Espanha, as auto-estradas são grátis. Não todas, mas a maioria delas. E como são mais recentes que o antigo traçado rodoviário, as nacionais que as precederam encontram-se desertas e seguem praticamente o mesmo caminho. Além deste facto, hoje é domingo. Tudo fechado. Poucos ou nenhuns carros na estrada. A Nacional tornou-se uma ciclovia para nós.
Dia de fazer uma tangente às serras do norte de Aragão. Se bem se lembram, aqui em Espanha, as auto-estradas são grátis. Não todas, mas a maioria delas. E como são mais recentes que o antigo traçado rodoviário, as nacionais que as precederam encontram-se desertas e seguem praticamente o mesmo caminho. Além deste facto, hoje é domingo. Tudo fechado. Poucos ou nenhuns carros na estrada. A Nacional tornou-se uma ciclovia para nós.
O céu está num azul forte e sem nuvens. O calor volta por volta do meio dia. Os picos proeminentes à nossa direita. As planícies à nossa esquerda. À nossa volta, uma paisagem árida. muito pó, muita terra, oliveiras e vegetação rasteira.
Pedalámos os 50km que separavam o nosso oliveiral selvagem de Huesca de uma assentada. Quando parámos para cozinhar, no parque universitário eram 14h e tal.
Como distracção enquanto repúnhamos energias, umas crianças emigrantes da América do Sul, brincavam a atirar areia para os olhos uns dos outros.
Fomos escrever um pouco, antes de ir procurar a rua onde o Samuel e a Mayte moram. Samuel é um verdadeiro activista da bicicleta em Huesca. Chefe e um dos fundadores da associação Bicicleta em Huesca, contou-nos as suas lutas e os golpes políticos que teve e que ainda têm que fazer, para conseguir um miserável ciclovia ou um piso elevado na estrada para as bicicletas passarem. É pouco, mas têm que começar de algum lado e mais vale isto do que nada.
Demos umas voltas pelo centro e fomos beber umas jolas a uma associação dos vizinhos do bairro. Pela primeira vez em muito tempo, entrei num café que em tudo podia ser português. Meia dúzia de mesas espalhadas por ali, uns velhotes a dormir nas cadeiras, outros a ler o jornal e outros a ver o futebol no gigante ecrã pendurado no canto.
Huesca pelos vistos, até tem alguns locais interessantes. É aqui que está a loja mais antiga de Espanha, ainda em funcionamento. É no centro histórico que a mais antiga universidade espanhola foi construída. Mas desta, já só resta o chão.Sempre na conversa, voltámos para casa
Já em casa, a Mayte chegou do trabalho e acabamos o dia a comer uma salada temperada com levedura de cerveja e um jamón de Aragão, sobre torradas regadas em azeite.
Um cama, finalmente...
...há um ano atrás: Salamanca - Pollos
1 comentário:
Atirar areia aos olhos! Ah, que bela galhofa! E ácido de bateria? É a risota total!
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