Tyachiv - Berezovo

A tempestade passou por nós durante a noite sem nos afectar! Mas acampar junto a uma rio, em terras baixas, é certo que a alvorada é molhada e cheia de orvalho. A tenda precisa de ser seca antes de entrar nos sacos.

As dores nos joelhos continuavam. Com o espigão encravado era difícil mudar a altura do selim. Precisávamos de um profissional, mas onde encontrar alguém no sul da Ucrânia? Na primeira aldeola a aparecer-nos pela frente. Uma lojinha, um rapaz louro de olhos azuis, muitas marcas conhecidas e equipamento de aventura. Das traseiras aparecem uma chave inglesa maior que o guiador, um pano e um martelo. Depois de alguns movimentos mais primitivos, sucesso!!!


Primeiro dia oficial na Ucrânia. A língua escrita tinha alguns caracteres iguais à grega e à búlgara e por isso tivemos alguma facilidade nas primeiras leituras. Sem conhecer os hábitos alimentares, sempre que entramos num sítio os nossos olhos demoram-se nos produtos das prateleiras em busca de novidades para o palato.

Passámos o período de mais calor na cidade de Xyct e ao retomar a estrada fomos em direcção ao norte, às montanhas dos Hutsul, nos Cárpatos.


A paisagem plana depressa começou a mudar. Casas e verde misturavam-se em harmonia! O rio à direita, de leito largo, era sobre atravessado por pontes de madeira e cabos de aço. Ao vermos a primeira, quisemos parar e atravessar. Uns até à outra margem outros só até meio, mas sentimo-nos verdadeiros Indiana Jones. Pelo menos alguma adrenalina
 

No sopé da montanha, depois de muito procurar lá vimos uma senhora fora de casa e aproveitámos logo para pedir água. Encheu-nos o saco da água. Nove litros. E como assim que temos água, procuramos campismo, embalados pela água perguntámos logo por camping. Sem falarmos a mesma língua, ela apontou-nos o terreno em frente à casa, do outro lado da estrada.


Não podia ser melhor. Tirando a mosquitagem persistente, tínhamos um sítio plano, amplo e fofo de relva verde. Os donos sabiam que estávamos ali e a delimitar o campo tínhamos uma cerca. Não havia nada com que nos preocuparmos. Ou talvez houvesse, se as nuvens e a trovoada nos visitassem durante a noite.

Alguns camponeses ocasionais conduziam o gado, pelo caminho ao nosso lado e deitavam-nos umas espreitadelas tímidas, antes de seguir caminho.

Antes de ir dormir, vimos a lua a subir e encher-se redonda por detrás da montanha.

1 comentário:

Anónimo disse...

"A tempestade passou por nós durante a noite sem nos afectar! Mas acampar junto a uma rio, em terras baixas,..." Não me parece boa ideia! Em zonas de chuvas e em terras baixas junto aos rios... querem começar a nadar em vez de pedalar???? Beijos aos meus pedaleiros preferidos
MM