L'viv – Sukhovolya

A Olga quis que provássemos mais um prato típico da Ucrânia antes de partirmos. Antes de descermos, sentámo-nos mais uma vez à mesa a comer as delícias dos seus cozinhados. Pierogis recheados com carne.


Por volta das onze, comemos, a pensar que numa hora estaríamos de novo dentro de quatro paredes, mas noutra casa fora da cidade. A Olya esperava por nós. As indicações eram boas, mas a estrada.... além da buracada toda,e o sítio onde devíamos virar estava em obras e o trânsito não era permitido. Continuámos, achando que se virássemos mais à frente também lá ia dar. E deu, mas demos uma volta enorme.O ponto de encontro era um supermercado, e quando perguntávamos às pessoas pelo supermercado não sei quê, elas diziam-nos que havia outros antes pelo caminho. Interpretando a nossa pergunta como uma busca por um supermercado. Lá fomos, sempre a achar que faltavam três, ou cinco quilómetros, como nos diziam. Fizemos trinta no final, quando era suposto serem só quinze.

A Olya mora fora da cidade. Afinal, antes de sair da Ucrânia, ainda conhecemos outro estilo de vida, totalmente, diferente, numa vila escondida ao lado da estrada. Mora com a família e é economista.
Só o pai estava em casa. Ele e o Alexandre beberam meio litro de cerveja cada um enquanto conversavam e eu arrumava as bicicletas e as malas no quarto da Olya.
Comemos o almoço deixado para nós, batatas com panados e salada de pepino e tomate com maionese.
Como já tínhamos andado a passear pela cidade a Olya quis levar-nos, a conhecer sítios diferentes. A amiga Cristina juntou-se a nós e subimos até ao ponto mais alto da cidade. Um miradouro onde muitos apreciavam a vista e o sol. Na descida um casal de siberianos e nós descobrimos um esquilo no meio da folhagem. Fotos, e como quem não quer a coisa aproveitaram logo para perguntar se também podiam ficar em casa da Olya a dormir.


O famosos cemitério de L'viv, estava na nossa lista. Poetas, músicos, pessoas famosas e importantes estavam ali sepultadas. Para dizer a verdade, não reconhecemos ninguém mas gostámos da mistura de árvores e capelas e estátuas, de aspecto antigo e cheio de musgo. Uma atmosfera mágica!


Mas o dia ainda tinha mais para dar e o couchsurfing só agora começava! Dissemos adeus à Cristina e olá a novos amigos. Eram muitos, e não conversámos o suficiente para recordar os nomes. A nossa teoria estava certa. Há sol? Então vamos para a rua!!!! Ou melhor, não há neve? Então vamos para a rua!!! Piquenique junto ao lago. Nós e montes de grupos por ali espalhados, com churrascos, bicicletas, carros, fogueiras, lixeiras. Amigos ou família, Jovens ou mais velhos. Ao fim de semana ninguém fica em casa a ver televisão ou vai ao centro comercial. Uns levam manta, outros, sandes, outros peixe e todos juntos fazem um piquenique. Claro, que a garrafa de vodka não pode faltar.


Comemos uma sopa de peixe, que soube bem porque estava quentinha, sandes e salsichas e umas pipas, como é da praxe! O inglês deles era acanhado e pouca conversa fizemos. Ou eram envergonhados! Íamos descobrindo alguma coisa quando a Olya traduzia. Mais uma vez a dizerem-nos que a com a vida que levavam não podiam fazer uma viagem assim.......

Já agora, andamos a reparar que os mais velhos têm dentes de ouro, os mais novos pulseiras e fios!

A beber vodka potentíssima, a matar mosquitos e a estar com os amigos num piquenique ao pé do lago, que para nós durou até à meia noite. Eles por lá ficaram. Estávamos contentes com esta despedida de Ucrânia.

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