Nova Zagora – Voneshta Voda

O pequeno almoço na Bulgária é substancial e salgado! Muito substancial! Nada de café e cigarros como os guias turísticos anunciam. Pão, compotas, batidos, tostas de queijo e salame. Tomates e pepinos, copos de leite e mais café para quem quiser!


Com uma barrigada destas, as brincadeiras com a pequena Petia, as conversas com o Hristo e as despedias, saímos tarde rumo às montanhas.

É curioso como a nossa normalidade se foi formando ao longo desta viagem. O nosso «à vontade» com o pedalar, confiando e sem pensar muito, que encontraremos água e comida pelo caminho. Como não importa tanto se a estrada é a certa ou não, mas mais a direcção que seguimos, Norte. E como no final do dia, já não nos surpreende que passemos os serões à conversa com a malta local, como se fossemos amigos deles à anos.

O Hristo já nos tinha dito. Vão apanhar duas subidas. A primeira, deu conta de nós. Com o calor no seu apogeu, subir montanhas de bicicleta não é muito interessante. Mais interessante é depois a descida, pela floresta fresca. Aqui o verde é cerrado e mais selvagem. Não parece tocado pelo homem. E ao sair da primeira montanha e da floresta, eis que um deleite para os olhos se apresentou. Um lago. Enorme e longo, a serpentear por entre as montanhas e a servir de espelho.


Na vila onde repousámos, os gaiatos ciganos ficaram a olhar especados para as nossas rotinas. A montagem do fogão, a dobragem dos pratos e taças de origami, o cortar de cebolas e alhos. Mas lá se fartaram e foram brincar para outro lado. Deram lugar as umas raparigas que decidiram vir conversar e comer os seus gelados de gelo junto a nós.
Perguntámos-lhes onde os tinham comprado. A  Ana foi com elas, mas voltou de mãos vazias. A loja já estava fechada. As miúdas desaparecem por uns instantes e voltaram minutos mais tarde com dois gelados para nós! Foram a outra loja buscá-los e ofereceram-nos. Aqui a generosidade começa em tenra idade.


As segundas montanhas... Não sei se foi por esperarmos subidas de cuspir para o lado, de empurrar as biclas sob o calor abrasador, ou de fugir aos ursos e lobos da região, mas as segundas montanhas foram... fáceis! Pareciam os Pirenéus. A estrada a serpentear por entre os gigantes verdes. Nada de baforadas de tubos de escape ou blocos de prédios perdidos nas montanhas. Nada disso. Muito verde, muito ar puro e nada de grandes inclinações. Apanhámos «a subida», mas tal como um camionista nos avisou que só mais um quilómetro, a meio da subida, estas montanhas Búlgaras foram bem mais fáceis do que estávamos à espera.

Ainda ponderámos pedalar até Veliko Tarnovo, a cidade onde esperaríamos chegar no dia seguinte, mas não era necessário. Para quê pressas?

Enredámos por uma estrada de serviço esquecida, provavelmente dos tempos da construção, daquela que nos levou até aqui, e foi sobre ela que montámos a casa amarela.
Algum dia teria que ser. Passamos os nossos dias na estrada, algum dia teríamos que dormir sobre ela.

1 comentário:

Unknown disse...

where we are - at your story @@@
- no one photo together, at house @ We are forgot to get picture, from so much conversation.
Best regards
Nice to meet you some day by Portogal- your promise @