Carcassonne - Narbonne

Depois de um pequeno-almoço de fruta e confiture com o Philippe, todos descemos para a rua e para cima dos nossos selins. O Philippe para o seu treino Ironman, nós para uma descida de 50km até Narbonne, onde Fréderic nos iria receber. A foto do couchsurfing deste nosso anfitrião era de ele próprio junto ao Dalai Lama, por isso o serão prometia mais conversetas animadas pela noite dentro.
Ainda antes de sair de Carcassonne, fomos passear pela Citè. A parte antiga da cidade e provavelmente a capital do turismo medieval do mundo. O dia ainda era jovem, por isso as ruas e castelos estavam vazios e ainda a acordar. Algumas pessoas caminhavam rapidamente  em trajes de cavaleiro ou de donzelas princepescas. As tendas coloridas erguiam-se e as espadas eram afiadas, ao mesmo tempo que o camião do lixo fazia a sua ronda. Ao chegar o primeiro autocarro de turistas japoneses, decidimos que já estava na hora de regressar à nossa época.
Pela primeira vez em muitos dias, os casacos ficaram nos alforges. Podíamos sentir o calor do sol e a pedalada foi bastante rápida e o tempo misericordioso.
Chegamos tão cedo que ainda tivemos tempo de fazer uma limpeza às correntes e de uma forma geral às biclas e aos alforges. Tudo estava com um aspecto algo lamaçento. A neve só é bonita ao cair e não ao derreter.
Em Narbonne, fez-se sentir ainda mais o espírito de Natal. A pista de gelo a fingir, pois era de plástico, estava repleta de pequenos e graúdos a patinar. As ruas animadas com o pessoas a sair e entrar de lojas e a passear pelos cafés e as suas esplanadas convidativas com o soalheiro dia.
Não muito longe de tudo isto, numa ruela perdida do centro de Narbonne, vive o Fréderic. Numa casa com apenas uma divisão, este verdadeiro budista e cozinheiro francês, partilhou connosco as suas histórias de viagens pela Ásia, continente pelo qual nutre grande paixão e afinidade.
Conseguiu manter um restaurante aberto em Katmandu durante nove meses e viveu durante anos numa perdida ilha da Tailândia.
Já correu e viveu tudo o que havia para ver naquela parte do mundo. Desde Índia ao sudoeste asiático, Fred levou-nos com as suas histórias até lá, e fez-nos ansiar pela nossa vez de entrar nesse mundo distante.
Não fosse ele um cozinheiro francês, o jantar foi delicioso. Sabores do Norte de África numas almôndegas e num couscous divinais. Obrigado Fred.
Já ao anoitecer, os dois sofás da única divisão tornaram-se em duas camas e cada um em seu canto, descansou o que havia para descansar depois de mais um dia de suave pedal.

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