Las Cantinas – Salamanca

Dá que pensar, quando sem querer temos alternado as partidas de manhã entre cedo e muito tarde. Havendo relação entre o querer escapar à chuva que chega ou o querer sair antes de aparecer alguém e sairmos mais cedo. Parece que só nos despachamos para fugir de alguma coisa.
Saímos às 10h portuguesas, por isso, 11h espanholas, com 53 km diante de nós até chegar a Salamanca. Como o pessoal do Couchsurfing que tínhamos contacto não podia receber-nos tivemos que enviar mais mensagens, para tentar ficar com alguém que conhecesse a cidade.
A estrada nacional estava um pouco  mais movimentada, devido à proximidade de uma cidade, mas mesmo assim, a maior parte do tempo tivemos a estrada só para nós. O tempo variou entre muito vento e frio e muito calor, que juntando ao vento da subida e descida da Serra fez a nossa pele exposta ganhar um bocadinho mais de cor.
Uma das bicicletas começou a fazer um barulho estranho, o que é sempre alarmante, pois significa problemas. Pensámos em ir a uma oficina/mecânico em Salamanca, mas tal como começou, assim se foi... de repente.
Numa estação de serviço à hora de almoço, comemos o que havia, sandes de presunto caseiro, e por sorte conseguimos apanhar rede para internet. Uma couchsurfer respondeu que nos albergava, e ficámos muito contentes. Aproveitámos logo para responder e deixar tudo o mais combinado possível. Pedalámos muito mais animados os restantes 25km sabendo que teríamos alguém para nos acompanhar em Salamanca. A nossa host chama-se Mia Wong, tem 20 anos, é chinesa e está a estudar gestão aqui em Salamanca. Vive com mais um estudante espanhol, o José, e no mesmo dia que chegámos, chegou também, um pouco mais tarde, para ficar em casa da Mia, uma outra moça Couchsurfer, da Alemanha, a Chantal. Por isso, numa mesma casa teríamos 4 nacionalidades em simultâneo. How great is that?
Jantámos uma pasta de atum, típica comida de estudante, mas muito saborosa e fomos sair, porque à quinta-feira toda a gente sai, já que às sextas não há aulas. Além disso, nessa noite e por mais duas noites a comunidade couchsurfer daqui, reune-se e sai toda junta. Encontrámo-nos com mais uma austríaca, a Júlia, dois brasileiros, o Paulo e o Bernardo e mais tarde, juntámo-nos ao Rodrigo do Brasil, e a Laura daqui de Espanha, resultado: além da multinacionalidade abundante, e de falarmos espanhol, inglês e  português/brasileiro tudo à mistura, estivemos em bares/discotecas muito diferentes, mas um bocadinho aqui, um bocadinho ali, toda a gente ficou contente. A Ana Cláudia (Brasil) é uma espéice de líder da comunidade dos surfers aqui e por isso há sempre qualquer coisa a acontecer, e o pessoal está sempre bem regado. São muito activos.
O nosso bar preferido foi um bar que se chama "Pan e Água" e tem dois andares e as paredes e tecto cobertos de cima a baixo, da esquerda à direita com assinaturas, mensagens, letras de poemas, canções. Basicamente, qualquer um pode escrever o que quiser ali. Mais amigos espanhóis, copos de um litro de cerveja, vinho com coca-cola e xarope de amora, umas fumaças aqui e ali, música mais de acordo os nossos gostos, conversas animadas e risotas e um ambiente descontraído encheram-nos as medidas e saímos MUITO animados desta noitada.
Voltámos um bocadinho antes da Mia e da Chantal, porque o corpo já se queixava e depois de umas voltas a mais lá demos com a casa e fomos dormir, com algum receio de não as ouvir tocar à campainha, mas como elas dormiram em casa, correu tudo bem. Foi uma noite espectacular. Há algum tempo que  não nos deitávamos às 5h da manhã.
Ainda bem que amanhã é dia de descanso...

1 comentário:

João Bento disse...

Espetáculo! Já estive em salamanca 1 ou 2 dias com a Cristina e gostei muito.
Divirtam-se e espalhem a vossa mensagem e a vossa alegria.