Villahán - Burgos

Abrigados do vento e um pouco do frio, acordámos mais cedo do que o costume para não incomodar os trabalhadores que nos deram guarida na sua garagem tipo celeiro.
Teria sido muito bom o facto de ter começado a pedalar à hora que começámos... Teria sido, não fosse o terrível frio matinal que nos deixou atordoados tal era a sua força. Passados poucos metros, trocámos as luvas de ciclista por luvas de esqui!! Mas foi de pouca ajuda. Se achávamos que estávamos com frio, então a geada e nevoeiro a seguir, conseguiram que disséssemos adeus à sensibilidade dos nossos membros. Foi um tormento. Rezávamos por subidas, para podermos aquecer um pouco. Só depois de 17 km pedalados e por volta das 10:30am, é que o nevoeiro deu lugar ao sol e o frio ao calor.
Depois de aquecer os pés enquanto tirávamos fotos às teias de água, voltámos a colocar os nossos doridos rabos no selim.
O resto do dia foi a resposta tardia das nossas preces. Poucas descidas e muitas subidas. Vento de frente gélido, que até nas descidas nos fazia pedalar com afinco. Suávamos mas estávamos com frio.
Burgos parecia nunca mais chegar e só mesmo no último monte, a 1 km da cidade, esta deu sinal de vida.
Depois de um dia tão cansativo e frio, pouca vontade havia para ver as vistas da cidade. Procurámos um bar junto à catedral, ligámo-nos à net, comemos umas tapas (horríveis, congeladas e frias) e fizemos tempo para o Alfredo sair do trabalho e nos receber em sua casa, já por volta das 22h.
Depois de banhos tomados, juntámo-nos os três em volta de uma mesita do Ikea a comer bucerones feitos pela mãe do Alfredo, enquanto conversávamos com este publicitário/teólogo/músico que trabalha na Cáritas, até às tantas.
Já no quarto e no quentinho, soube muito bem sentir que o terrível frio do dia estaria, durante o sono, lá fora...

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