Bairrada - Chão de Codes

Quando paramos em algum sítio, durante uns dias, torna-se sempre difícil de recomeçar. Parece que estamos a iniciar a viagem e tudo se assemelha a um adeus ao conforto e à boa vida. À quase um mês que não pedalamos. Hoje foi um dia difícil.
Sem grandes conversas e atrasos, arrumámos tudo, deixámos as biclas prontas e tomámos um pequeno-almoço, sentados a uma mesa e no conforto de casa.
O dia pedaleiro resumiu-se a lento. Tudo parecia pesado e tudo parecia novo e diferente. As biclas tinham barulhos novos, o que causa sempre grande apreensão. Um ruído estranho na bicicleta é sinal de que algo começa a estar mal e que se não for resolvido pode tornar-se num problema sério.
Mas desta vez acho que eram apenas as biclas a estalarem os ossos depois de duas semanas paradas. No entanto, uma das rodas parece estar a ficar um pouco torta. Não se nota muito e não sei dizer se sempre esteve assim e só agora é que dou por isso... Vamos aguardar.
Poucos metros após a Aldeia do Mato, um marco histórico rodeado de montes e eucaliptos. Já pedalámos 1000 km, desde que partimos de Tavira no dia 2 de Agosto!
Almoçámos junto ao lar da Santa Casa da Misericórdia, do Sardoal. Os nativos idosos, tiravam à vez para se sentarem nos bancos vizinhos e observarem tão peculiar casal.
Sabemos que estamos no Outono, quando suamos com o calor das subidas e trememos de frio com as descidas. Hoje houve muito disto.
Por esquecimento, tivemos que entrar em território desconhecido, sem mapa, e tentar dar o nosso melhor para não perder o rumo de Castelo Branco.
Cansados e exaustos, pelo menos até o jantar estar no bucho, pernoitámos numas hortas escondidas pelos montes e ao som dos moinhos eólicos.

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