Dueñas - Villahán

Demorámos a adormecer, tal o habito de dormir no chão. Dá Deus nozes a quem não tem dentes, podem pensar, mas conseguimos dormir!
Pela manhã, com tempo, tomámos um pequeno almoço de torradas com doce e café, arrumámos as traquitanas todas, despedimo-nos e fomos à estrada já pela hora de almoço.
Pelas estradinhas secundárias, foi um sem fim de planaltos. Subir para no topo vermos estendido diante nós, uma estrada recta sem fim e moinhos aos molhos no horizonte. O vento fez-se sentir, mas o sol equilibrou as temperaturas. Subindo com  calor, a direito com vento, e a descer com frio fomos avançando. O almoço foi numa aldeola, como tantas outras, por aqui perdidas. E depois das lições de ontem dos professores foi engraçado reconhecer numa porta, o instrumento antigo, que utilizavam para debulhar o trigo. Assim como se deitava o feijão a secar nas eiras e depois se malhava nele, para que ao levantar-se com a forquilha os feijões caíssem ao chão e o vento se encarregasse de levar as cascas. Assim se punha o trigo, nestas tiras de madeira, cheias de pedrinhas e depois alguém passava por cima para o abrir. O nosso espanhol não permite mais explicações...
As pedaladas continuaram e ao entardecer decidimos tentar a nossa sorte, perguntando pelas aldeias se haveria algum sítio para ficarmos. Foi logo à primeira, que um agricultor nos encaminhou para a garagem onde guardavam o tractor, reboques e materiais de trabalho. A sorte foi tanta que até ofereceu a sua casa para se quisessemos tomar banho. Seria demais, e temos uma reputação e um cheiro a manter. Ali montámos a tenda, fizemos o jantar e fomos dormir, para acordar cedo como os agricultores.

Sem comentários: