Castelo Branco – Freixial

Dormimos até tarde e no quentinho que apenas quatro paredes proporcionam. Com direito a pequeno-almoço e a conversa com a cozinheira, saímos sem grandes pressas do conforto da pousada. Ainda se pensou em ir à Decatlhon de Castelo Branco, mas depois de pensar bem, vimos que não era de todo necessário.
Pedalada calma e sem grandes stresses ao longo da estrada para Penamacor. Com a Serra da Estrela a desafiar-nos com os seus imponentes e majestosos cumes e paisagens do lado esquerdo da estrada e com pacatas colinas cultivadas do lado direito.
Depois de um belo almoço e de volta à estrada, começou-se a notar o cheirinho a terras e costumes do norte do país, na construção e na maneira de ser dos nativos.
Depois de nos orientarmos para um jantar de campismo selvagem nos arredores de Penamacor, por acaso do destino, um de nós viu a placa a indicar parque de campismo. Ainda houve algum debate, sobre se deveríamos ir ou não, mas com o anoitecer já à vista, decidimos procurá-lo.
Depois de indicações do bombeiro da terra, eis que a placa informa: "campismo 10km" !!
Mas o que são mais 10 km, num dia de quase 60 km? Ainda tivemos tempo de papar uma sandocha antes de ligar o turbo para uma pedalada por entre vales e ribeiras, num ambiente de lusco fusco, onde nada nem ninguém se avistava. Com os dez quilómetros já pedalados e sem nada à vista, começámos a duvidar da sua existência. Mas não. Lá estava ele escondidinho junto à ribeira. Muito acolhedor... pelo menos até os oito jipes recheados com os inquilinos das, até agora silenciosas, caravanas. Em poucos minutos, a paz da serra, foi substituída por conversas, gritos, risos e jogos de futebol que se prolongaram até à meia-noite!
Um parque tipicamente português, para o último dia na pátria.
Estamos a dormir a uns meros quatro quilómetros de Espanha. Amanhã, atravessamos a fronteira e tornamo-nos pela primeira vez, estranhos numa terra estranha.

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