Chão de Codes - Sarnadas

Não choveu durante a noite, mas de manhã tudo estava molhado. É o frio nocturno do Outono que trás consigo humidade.
Ainda assim, despachámo-nos cedo para evitar encontros com o dono das terras onde pernoitámos. E para tentar chegar a Castelo Branco, na eventualidade de algum amigo Couchsurfer responder positivamente. Só o saberíamos à hora de almoço.
Sempre a pedalar e a perguntar direcções, lá fomos deixando uns montes valentes para trás e a fazer uns bons quilómetros pela manhã.
Nova estratégia. De 20 em 20 quilómetros paramos para descansar.
Pausa da manhã em Envendos, almoço na Pedra do Altar, no Restaurante da Célia, onde comemos até mais não, moelas e frango.
Sem multibanco durante todo o dia, sem dinheiro no telemóvel e com muito pouco saldo de internet, tivemos que fazer uma visita rápida ao email à procura de respostas. Duas respostas, que por distracção nos pareceram só uma. Ainda assim esta uma, era uma resposta dúbia. Que fazer? Deixámos resposta a dizer que lá estaríamos e fizemo-nos à estrada, prontos para enfrentar a muralha de serra que nos separava de Castelo Branco e de paisagens menos onduladas.
Depois de passar a serra, com paragens de 1 em 1 quilómetro nos troços mais inclinados, desfrutámos de uma abandonada IP2, graças a uma A23 a apenas uns metros de distância.
Mas o cansaço do dia fez-nos procurar um último repouso e voltar a verificar o Couchsurfing. Sem novidades, voltámos uns metros para trás e abandonámos a IP à procura de um bom spot de campismo selvagem.
Umas terras batidas mais tarde, e um pinhal foi escolhido para a pernoita.
Já de estacas na mão, eis que um carro pára junto a nós e um senhor sai, a perguntar se íamos ali passar a noite. Depois de explicar que estávamos só de passagem, ele ofereceu-se logo para montarmos a tenda junto à sua sebe, num sítio mais plano. Algum dia tinha de ser o primeiro!
Bem dito, bem feito, enquanto montávamos a tenda, ainda tivemos direito a umas uvas acabadas de apanhar e a uns dez litros de água para o que fosse preciso.
Muito obrigado caro vizinho, que ainda nos alertou para a chuva anunciada dos próximos três dias.
O fim do dia fez-se com conversas de planos alternativos, e ao som de ladrares vizinhos e com o cansaço de 73 km de montes e serras nas pernas.
Só espero que a chuva nos deixe chegar a Castelo Branco...

1 comentário:

Joana Antunes disse...

Se desviarem a Proença avisem!!Beijinhos e boa viagemm!