Vasaiika - Arta

Dormimos no topo da montanha.

Quando começámos a pedalar foi sempre a descer. A paisagem assombrava-nos, dos dois lados rodeados grandes montanhas. Como se estivessemos num desfiladeiro, com o rio a acompanhar a nossa descida e alguma neblina que criava um ambiente fantástico.


Uma dezena de quilómetros em cima da bicicleta a descer a montanha, quando do nosso lado esquerdo vemos uma bicicleta e um ciclista a acenar-nos. Olhámos melhor e vemos as malas na bicicleta. Claro que demos meia volta e fomos ter com ele. Antes que nos esquececemos montámos o tripé e com todas as máquinas lá fizemos as fotos da praxe.

O Joan da Eslovénia, é um habitué de viagens de bicicleta. Ja deu a volta ao mundo e já foi até à ponta de África e voltou para casa. Sempre que pode parte à aventura porque os projectos estão sempre a surgir na sua cabeça. Tem a idade dos nossos pais e é electricista.
Com conversas a correr, o tempo foi passando e estivemos quase uma hora a conversar. Olhámos para os relógios  surpresos, ainda mais porque a hora tinha mudado durante noite, acrescentando mais uma hora aos nossos relógios.
Num espaço de uma semana avançámos duas horas em relação à hora italiana, que juntando às rotinas tardias dos gregos nos deixam ainda meio abananados.

A ideia de pedalar juntos surgiu, naturalmente. os três em fila a serpentear no sopé destes arranha-céus naturais. Os ritmos de pedalar são diferentes mas conseguimos encontrar um meio termo. Felizmente, na Eslovénia a hora de almoço é por volta das treze. Estávamos todos cheios de fome e parámos no jardim de um hotel. O jardineiro veio ao nosso encontro saudar-nos e oferecer-nos café e outras coisas. Almoçámos tranquilos e aquilo que parecia pouco, tornou-se num banquete. Sempre a tirar comida de dentro dos sacos de cada um, todos partilhámos o que tínhamos e tivemos direito a café, sopa, segundo prato e fruta.


Conversámos e conversámos, divertidos com histórias partilhadas das viagens de bicicleta.

Sabe-nos sempre tão bem encontrar pessoas que sabem exactamente o que estamos a falar. Trocamos ideias e voltámos a pedalar até Arta.

Em menos de meia hora já lá estávamos. Os três aos abraços e em sorrisos de despedida tão contentes por nos termos encontrado e partilhado esta manhã. Despedimo-nos e cada um um seguiu o seu caminho. Nós andámos pela cidade às voltas até encontrar a estação do autocarro, onde tínhamos ficado de ir ter para nos encontrarmos com o Nikolas.

Enquanto ele não chegava os nossos cantis vazios não saciavam a nossa sede. Um dos condutores dos autocarros ofereceu-nos uma garrafa.

Apareceu de bicicleta. Seguimo-lo pelas estradas que já tínhamos percorrido para ir ali ter, quase que fizemos o exacto percurso em sentido inverso.

Toda a família em casa na pausa para o almoço a dormir a sesta grega. Às cinco horas voltaram todos para o trabalho, no café e no consultório do dentista. Nós os três fomos dar uma volta pela cidade.

Pelas onze horas, jantávamos batatas fritas feitas pelo Nikolas e íamos para a cama logo a seguir. É assim na Grécia....

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