Arta

25 de Março - Independência da Grécia e 9 meses antes do nascimento de Jesus (concepção)
Acordámos cedo para termos tempo para fazer a visita pela cidade durante a manhã, deixando a tarde livre ao estudante que precisava de preparar-se para os exames. Nós também ficámos contentes com o tempo disponível para actualizar datas digitais.

O sol brilhava, as barrigas aconchegadas com as papas de aveia, e as vontades de sair à rua e passear eram tudo o que precisávamos. Deambulámos pela cidade, em passo lento de passeio. A grande muralha que cercava a cidade, reconstruída nos topos, tinha em determinadas ruinhas casas construídas mesmo em frente, que em épocas menos legisladas não importavam a ninguém, mas que agora com a valorização do património, o turismo, tudo importuna.
As igrejas ortodoxas eram novidades para ambos. O exterior com cúpulas, revestido de tijolos dispostos em todos os sentidos e a formar diferentes frisos/desenhos. À entrada da primeira, deslumbrámo-nos com as pinturas coloridas. A disposição do que estava no interior muito diferente do que o que os nossos olhos baptizados de catolicismo, fazia-nos imaginar como seria de facto uma celebração.
A arqueóloga presente numa das igreja ofereceu-nos uns dvd's e avisou-nos que o museu estava aberto.
As ruínas, os anfiteatros tudo a lembrar tempos de escola e as fantasias da mitologia.


As ruas a encherem-se de gente muito bem vestida. Carros a estacionar em todo o lado. Ruas fechadas ao trânsito. Notava-se que em geral toda a gente tinha tido muito cuidado com a sua apresentação. O Nikolas explicou-nos que os estudantes, os grupo de dança e o exército iriam desfilar pela cidade.
Antes do desfile começar voltámos a casa, e espantados assistimos à televisão local transmiti-lo em directo. Não admira que estivessem todos bem vestidos. Iam aparecer na televisão.
O desfile começou com os grupos de dança, meninos, meninas, moços e moças vestidos a rigor, faziam-nos lembrar roupa de rancho folclórico, um pouco mais adornada. O pormenor dos sapatos dos moços que tinham pompons pretos na ponta, não passava despercebido.
As escolas desfilaram umas a seguir às outras. Os estudantes, consoante a escola tinham diferentes uniformes, mas em geral eram azuis, saia para as meninas e calças para os rapazes, e camisa branca, por causa das cores da bandeira. Os melhores alunos de cada escola desfilavam à frente dos restantes. O melhor de todos segurava aa bandeira. O professor de cada turma marchava ao lado dos alunos melhor sucedidos, sempre muito atento aos passos e de apito na boca para marcar o passo. Pelo que o Nikolas disse cerca de um mês antes do vinte cinco de Março, começam os treinos para o desfile. O tempo de aulas é passado a marcar o passo. Apesar não ser a favor desta demonstração de disciplina, disse-nos que na altura até gostava, só porque saíam da sala de aula.


Desfile acabado pedalámos até ao museu arqueológico. O nosso primeiro museu desde o início da viagem.
Adorámos e perdemo-nos no tempo. A nossa infância de sonhos helénicos, mitos e deuses a regressar ao presente e a misturar-se com épocas de há mais de dois mil anos diante de nós em vasos, brinquedos, mosaicos, jóias e escritos. No final, lá nos queriam oferecer mais dvd's em grego, mas tivemos que recusar, gentilmente.


O almoço, como é típico deste dia em toda a Grécia, foi bacalhau. Abre-se uma excepção ao jejum da quaresma e come-se peixe.
Uma almoçarada grega, com toda a família, pai, mãe, avó, irmão, Nikolas e nós (os europeus como nos chamou o pai do Nikolas) Salada, iogurte com pepino, puré de batata, chicória cozida  e bacalhau e batatas no forno, que parecia e a modos que sabia a caldeirada. Para finalizar um doçaria fina repleta de chocolates e massas folhadas.

A seguir ao almoço (a começar às três da tarde) dorme-se a sesta. Nem todos. Nós entretivemo-nos entre a rua a passear e o ecrã do computador.
A tarde passou e veio a noite sem grande mudanças.
O pai do Nikolas fez questão que ele fosse ajudar pelo menos uma hora no café e nós fomos com ele. Bebericámos chá enquanto jogávamos uma cartada, típica portuguesa, enquanto os gregos jogavam ao que mais gostam, gamão e bebiam o que mais gostam raki (igual ao nosso medronho).
Comemos os folhados de espinafres e queijo que a avó fez e os restos do bacalhau do almoço pelas onze da noite, mesmo antes de ir para a cama.

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