Messolonghi

A casa só para nós e um despertar sem horários, durante dois dias.
O Manus fez a a gentileza de ir dormir com a namorada e deixar-nos a tomar conta da sua casa. Ao final da noite era engraçado despedirmo-nos à porta e sermos nós a ficar lá dentro.

Demos uma banhoca valente às bicicletas, que já estavam a precisar.
Demos um salto ao mecânico que nos conferiu o básico dos básico por dois euros. Isto sim são bons preços, já para não falar da eficiência e simpatia com que nos atendeu.


Fizemos os almoços para o trabalhador que chegava do banco, só depois das quatro da tarde. Nós.. enganávamos a fome com um snack ao fim da manhã e assim almoçávamos todos juntos. Mesmo a maneira grega.

Num dos dias fomos passear por Messolonghi. Visitámos o museu. O nosso segundo desta viagem.
Entrámos no museu faltavam cinco minutos para fechar. O guarda mesmo assim deixou-nos visitar, porque erámos os primeiros visitantes da tarde. Sem podermos tirar fotografias contentámo-nos em olhar e ouvir o que o Manus dizia e o que o guarda dizia. Pinturas enormes de cenas bélicas a representar a resitência oferecida pelos gregos em Messolonghi contra as invasões turcas. A acompanhar as histórias dasfaçanhas gregas, que apesar de em menor número conseguiram sair vitoriosos. Uns originais outros cópias. E às vezes víamos o mesmo quadro duas vezes nas duas versões, uma no piso de cima outra no de baixo.
O Lord Byron mais uma vez a marcar presença. Na sua viajada vida de artista, acabou por morrer aqui em Messolonghi. O museu continha um sem número de esboços, desenhos, pinturas com diferentes, de doferentes ângulos só da sua maravilhosa face. como um estudo.
Numa paragem demos uns toques na bola em jeitos de voleibol. Tanta azelhice só podia ser corrigida com um professor. Sérgio ajuda-nos!
As antigas salinas e casas de pescadores. Quantas vezes repetimos que se não fosse a lígua estávamos em Portugal. A recta de estrada com passeio para pedestres e bicicletas, com águas baixas dos dois lados, flamingos, garças, e as divisões típicas de salinas. Uma Tavira no meio do Mediterrrâneo.
O final do dia foi a altura ideal para passear entre as casas dos pescadores, sombras e luz, água e terra batida, cães e galinhas, velharias, ferrugem, lixo. Tudo é arte visto detrás de uma objectiva.


No segundo dia, juntámo-nos à trupe de artistasa fotgráficos de Messolonghi e andámos a espalhar posters da sua primeira exposição. Conhecemos o famoso fotógrafo da terra, Vassili e no meio de todos os fotógrafos amadores/profissionais andámos misturados com espanhóis, gregos que queriam praticar o italiano, gregos ciclitas professores de italiano. Falava-se a língua que saía ora espanhol, ora italiano, ora inglês, ainda com tempo para mais umas lições de grego. O Manus fez questão de nos ensinar o básico do calão grego.


À noite, subimos até ao topo do monte mais alto ali da zona e tomámos um chá biscoitos e peçados de fruta em calda de açucar, que é um dos doces preferidos dos gregos. Jantámos frango grelhado. Deu para matar saudades.
A Cristiana fez-nos um doce delicioso cheio de frutos sêcos, típico da sua terra lá mais para o norte, no meio das montanhas.

Os Incrivéis fizeram parte da nossa lazeira pós almoço. Muitas fotos e conversas sobre fotografia, a Turquia, comida e como cozinhar, e a boa disposição do Manus e da Cristiana.

Por muito que possamos afirmar que tanto couchsurfing deixa-nos cada vez mais relaxados com as diferentes pessoas que encontramos, é verdade que há pessoas que nos fazem sentir em casa imediatamente. Como se estivéssemos a visitar amigos nossos, e não a encontrá-los pela primeira vez. Foi assim com o Manus e a Cristiana.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ana, tá na hora de praticares os teus dotes de cabeleireira/barbeira! :)