Mottola

Vito Gentile, o homem que plantava árvores.

Depois de acordar, pequeno-almoçar e limpar as ramelas, fomos com este energético naturalista e amigo da malta, plantar árvores.
Plantámos árvores, na exportadora/importadora de frutas e legumes de Mottola. Tinha mais cimento que verde, mas lá se encontraram uns pedaços de solo com espaço para as raízes.
Plantámos árvores na Masseria do amigo de Vito. Nos tempos de antigamente, uma Masseria, pertenceria a uma família suficientemente abastada para não ter que andar mais de dez metros até à igreja mais próxima. Muitas Masserias tinham a sua própria igreja. Hoje em dia as que não são povoadas por humildes famílias, são usadas para agriturismo e negócios casamenteiros de Verão.

Como o Vito não aguenta muito tempo parado no mesmo sítio, depois de acabar de manjar o delicioso almoço confeccionado pela mãe, arrancámos para uma viagem de hora e meia, em direcção ao sul de Puglia. O tacão de Itália.


Desde que chegámos que o nosso anfitrião nos falava do amigo "xamã" estrangeiro que vivia no meio do mato com a sua família. Mato este, cultivado por si, durante mais de 30 anos e com flora de toda a parte do mundo. Sementes dos confins da selva tribal amazónica, prosperavam em harmonia com a flora local do mediterrâneo.

Peter vivia com a sua esposa italiana e as suas filhas. Sim, vivia no meio do mato. Era lusco fusco e não deu para determinar a exocticidade da flora no seu quintal, tirando uma quantidade enorme de diferentes cactos. Sim, Peter demonstrou-nos uns sons bem audíveis de medicina sonora harmónica que curava tumores e te faziam entrar em transe. Para um homem de mais de 60 anos, tinha cordas vocais mais poderosas do que muitos cantores de ópera. Mas tirando esta peculiar primeira abordagem, mais não era que uma pessoa normal. Amiga da natureza, pai de família que acreditava na sua filosofia de vida e a perseguia desde tenra idade. É de notar, que tinha tanta tecnologia em sua casa (assim como um telemóvel ao pescoço), como ervas, chás e mezinhas espalhadas na sua cozinha.

O anoitecer, foi o sinal de voltar a casa. Se o sul mais a sul de Itália é parcamente povoado fora do calor do Verão, numa noite de Inverno nem vivalma se sente ao conduzir por ruas negras como o breu.
Depois de andar às voltas nas terreolas ao redor de Brindisi, a perguntar direcções a toda a gente e a confirmar mais uma vez que os italianos confundem a "sinistra" (esquerda) com a "destra" (direita), acabámos por dar boleia a uma rapaz que serviu de guia até ao posto de abastecimento de metano mais próximo, para o automóvel ecológico do Vito.

Umas foccaccias mais tarde, regressámos a casa, para um adormecer à lareira.

3 comentários:

CB disse...

Eu quero uma foccaccia, vocês falam nisso como sendo um manjar dos deuses. Eu acho que provei quando estive em Itália, mas acho que não me lembro de ser tão bom :)
E também estive em Brindisi quando apanhei o barco para a Grécia, foi lá que comi no MCdonald´s mais barato de toda a Itália, no entanto não vi grande coisa porque estava tudo fechado :(

CB disse...

Não sei se sabem mas ISIS é o meu nick do gmail.
Cátia Barradas

Nuno Vieira disse...

E uma Moto Guzzi na garagem, como não podia deixar de ser!