Monfta – La Bastide de Besplas

As meninas ficaram meio choramingas quando o pai parecia abandoná-las com estes dois estranhos. Mas com crepes alexandrinos e umas brincareiras para aqui e  para ali, ficámos todos muito mais bem dispostos.
Nós arrumámos as malas, e tudo o que andava por ali espalhado e elas tomaram um longo banho, ao som das cassetes do Harry Potter, com um accent muito british. Até às 12h30 Harry Potter foi a banda sonora. Easy pizzy. Quando a fome começou a apertar desceram e vieram cirandar para cozinha à procurar de petiscar o que haveria. Mas sem sorte, esperávamos pelo Robert para almoçar.
Às 13h voltou apressado para as levar à aula de piano. Afinal almoçariam quando regressassem da música.
Terminámos os nossos afazeres, almoçámos com calma e mesmo antes de partirmos chegaram os 4. Fizeram uma fila lado a lado para nos dizer adeus e lá fomos nós.
Foi com muita pena que decidimos não passar pela casa do Joe, porque sem ter a certeza da facilidade do caminho, preferimos jogar pelo seguro e  seguir logo em direcção a casa da Fanny. Às 15h30 já lá estávamos a tomar chá à lareira e a conversar com as outras visitas. Mais uma casa de vegetarianos. Mas aqui todos tinham em comum o artesanato e as vendas em feiras ou exposições. A Fanny depois dos estudos e  4 anos a trabalhar com Química, deixou para trás a vida de alquimia e enveredou pelo caminho que lhe ensinou a sua avó. Coser. Com um atelier cheio de roupas de mil cores, dos mais variados tecidos, padrões e estampados, que adquire nas suas muitas viagens, é uma verdadeira artista. Todos os anos visita o Nepal e Indía, e às vezes o Tibete. Desenvolveu com amigos um projecto que envolve ajuda humanitária nestes países do seu coração.
A tarde foi calma, à lareira com chá, avelãs, livros e conversas. A colega de casa, a Isabel chegou, fez logo uma sopa, reacendeu a lareira a esmorecer porque estava muito frio. Um paté de nozes, sopa e gratinado de legumes foram o nosso jantar, com direito a gargalhadas a propósito das tradições portuguesas de cueca azul nova na noite da passagem de ano.
Mais umas conversetas, visitas à Internet, banhos e fomos dormir, numa cama que já tinha sido a nossa. Que bom, para matar saudades.
Bem que dizia a Steph que com o Ikea os recheios das casas são todos iguais.

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