Mais um acordar com o nascer de sol no horizonte, ao olhar pela tenda lá fora. Sei que vou sentir a falta disto, mas por enquanto aproveita-se
Com um pouco mais de nuvens, demorou um pouco a aquecer de manhã. Mas nada que não fosse suportável. Foi sempre a pedalar, forte e feio, um a ouvir musica, outro a ouvir o ultimo livro do Harry Potter.
As paisagens começam a ficar mais vastas. Isto é, ao subir uma longa colina, consegue-se ver a imensidão do vale (e da estrada) que vamos ter que pedalar. À nossa direita, as serras que precedem os Pirenéus. À nossa esquerda, as planícies espanholas.
Chegámos a uma terreola, abastecemos e fomos ligar o nosso motor a jacto. Não sei se alguma vez dissemos isto. Agora já estamos habituados, mas é de lembrar, que o nosso fogão, quando ligado, faz uma barulheira tremenda. Por isso as nossas refeições são sempre uma paz e sossego após os elevados decibéis culinários.
As nuvens são de pouca dura e a vontade de pedalar de barriga cheia também se perde. Entrámos num café com Wi-Fi e enquanto a televisão do estabelecimento cuspia as noticias cor-de-rosa em espanhol, nós respondíamos a emails e carregávamos as baterias
Como já era muito tarde, decidimos não pedalar muito e tentar procurar um sitio calmo onde descansar. Decidimos avançar só mais dez ou quinze quilómetros. Mas uma amendoeira mais tarde, dois quilómetros mais à frente, fez-nos sair do selim e aproveitar o sol da tarde a apanhar as ricas amêndoas.
Ao jantar, enquanto um cozinhava as lentilhas e o arroz, o outro partia amêndoas.
Meses e milhares de quilómetros depois, estamos de novo num oliveiral partilhado por amendoeiras. Não se ouve nada lá fora . A promessa de uma noite repousante...
...há um ano atrás: Las Cantinas - Salamanca
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